Quatro anos após ser autorizada a testar seus veículos totalmente autônomos na cidade de Foster City, na Califórnia (EUA), com a presença de um motorista atrás do volante, a Zoox, adquirida recentemente pela Amazon, deu mais um passo no desenvolvimento dessa tecnologia revolucionária.
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O estado norte-americano concedeu à companhia a permissão para circulação pública do Zoox Inc., que pode se deslocar sem uma pessoa dentro. A Zoox é a quarta empresa a chegar a essa etapa de autonomia de veículos, mas para isso teve de atender a uma série de pré-requisitos. Alphabet Inc., LLC, Nuro Inc. e AutoX Technologies também alcançaram a façanha.
De acordo com uma nota oficial do Departamento de Veículos Motorizados local, para que qualquer iniciativa chegue a essa parte do processo é necessário fornecer prova de seguro ou caução de US$ 5 milhões, estar em consonância com padrões federais de segurança criados especificamente para esses casos (ou ganhar o sinal verde da Administração Nacional de Segurança de Trânsito nas Rodovias) e comprovar que os carros foram testados em condições controladas que simulem a área planejada de operação.
Notificações constantes sobre a condução de testes devem ser enviadas a autoridades, assim como um plano de interação que forneça a policiais e outros socorristas informações importantes sobre como lidar com as novidades. Por fim, ainda segundo a entidade, monitoramento contínuo das ações e treinamento de operadores remotos também fazem parte das avaliações.
“Os responsáveis pela condução de testes sem motoristas devem, inclusive, relatar quaisquer colisões envolvendo as unidades em um período máximo de dez dias e apresentar ao Departamento de Veículos Motorizados um relatório anual sobre os momentos em que humanos tiveram de interferir no funcionamento da tecnologia”, afirma a instituição.
Transação bilionária
A partir de agora, o Zoox, desenvolvido pela empresa homônima adquirida pela Amazon em junho em uma transação de US$ 1,3 bilhão, poderá circular por uma área predeterminada nos arredores do condado de San Mateo sem que ultrapasse 45 milhas por hora (cerca de 72 quilômetros por hora) e em dias de tempo bom. O objetivo da companhia de Jeff Bezos é consolidar suas ambições de implementar a entrega automatizada de encomendas e o transporte de passageiros.
Avaliada em US$ 3,2 bilhões em 2018, a startup chegou a gastar mais de US$ 30 milhões mensalmente no início de 2020, e as projeções indicavam que, em julho, ficaria sem capital. Sendo assim, a Amazon fez sua jogada e, além de comprá-la, separou um montante substancial para manter os funcionários: US$ 100 milhões.
Distribuídos em duas listas, cerca de 19 colaboradores deviam permanecer para que a negociação fosse fechada; e ao menos 90% daqueles que compunham os dois primeiros turnos de atuação e 88% do terceiro também se comprometeriam a ficar na empresa.
Para assegurar que as exigências fossem atendidas, o cofundador da Zoox, Jesse Levinson, receberá 40% da remuneração do negócio em três anos, não no fechamento, retendo uma participação de aproximadamente 37% das ações. Já a executiva-chefe Aicha Evans recebeu um bônus de US$ 3,4 milhões em dinheiro, segundo documentos analisados pela Reuters.
Reilly Brennan, sócio geral da Trucks Venture Capital e professor da Universidade Stanford, declarou em março à Bloomberg que a Zoox estava “construindo um produto e um serviço ao mesmo tempo”, entrando em uma “corrida interessante para qualquer um na indústria automobilística, quanto mais para uma startup”. A corrida, pelo jeito, ainda vai longe. Outras 60 empresas estão na fase de testes.
Fonte: Bloomberg, DMV, Reuters.