Um grupo de pesquisadores chama a atenção para um aspecto pouco debatido sobre o carro autônomo. A comunidade Movin’On, que reúne 250 organizações de 60 países, busca estudar o impacto social desse avanço tecnológico.
Esse tipo de automóvel poderá eliminar milhões de postos de trabalho de motoristas, entre outros empregos relacionados ao transporte. Por isso, para a organização, é necessário pensar em como a tecnologia pode atenuar a exclusão digital e expandir as oportunidades para aqueles que estão à margem da atividade econômica.
Entre os temas debatidos pelo grupo, está a possibilidade de o carro autônomo ser um instrumento eficiente para promover o desenvolvimento de regiões remotas, com dificuldade de acesso. Áreas rurais também podem se beneficiar com soluções baratas e de baixo carbono para se locomover, encontrar trabalho e promover o crescimento de comunidades.
Carros autônomos em áreas remotas
Os veículos sem motoristas podem ser uma solução para o declínio econômico em áreas escassamente povoadas. A comunidade Movin’On, que tem como lema “Mobilidade para todos, Autonomia para todos”, defende que isso pode ser alcançado usando a tecnologia de direção autônoma em ônibus elétricos compartilhados que combinem elementos sob demanda de sinalização a elementos de transporte público tradicional de rotas e horários.
Yann Arnaud, responsável pelo Comitê de Veículos Autônomos para o Movin’On, afirma que, se um país como a França (que tem grandes áreas escassamente povoadas) conseguir fazer isso direito, isso poderá ser expandido para as cidades, as vilas e os subúrbios remotos de outros lugares do mundo, onde milhões de pessoas têm suas vidas limitadas pela falta de opções de mobilidade.
Viabilidade comercial
A viabilidade comercial dos ônibus autônomos em áreas remotas não é muito debatida porque a solução não foi apresentada de forma adequada, acredita o representante da Moovin´On.
Atualmente, os carros autônomos custam caro, mas Arnaud argumenta que, se os veículos com direção autônoma operassem dentro de uma área geográfica específica, ao longo de rotas discretas e supervisionados centralmente, a inteligência e os dados seriam compartilhados por todo o sistema, reduzindo custos.
Em 2022, o grupo deverá ser capaz de verificar, a partir de experimentos, se de fato é possível um modelo replicável para uso generalizado de carros autônomos em áreas remotas.
Fonte: Autonomy, Mooving On.