Entre as questões que precisam ser resolvidas para que os carros autônomos se tornem realidade nos grandes centros estão os acidentes. O problema se tornou central especialmente depois que um veículo de teste da Uber se envolveu em um acidente fatal com uma ciclista em 2018. Para solucioná-lo, pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma tecnologia interessante.
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A equipe criou um algoritmo e realizou testes com cem robôs pequenos que precisavam se deslocar para formar as letras N e U, iniciais da universidade, e fizeram isso em menos de 30 segundos sem se chocarem. Vários fatores tornaram isso possível.
Para começar, o algoritmo divide o espaço dos robôs em uma espécie de grade, assim cada um sabe onde está e consegue analisar o local livre para onde pode se movimentar, em um sistema semelhante ao de um GPS. Além disso, as máquinas monitoram os deslocamentos dos três ou quatro robôs mais próximos, para coordenar todos os movimentos e garantir que não se movam para o mesmo local e acabem se batendo.
O líder do estudo, Michael Rubenstein, explicou em comunicado divulgado pela universidade: “os robôs se recusam a ir para um local até que esse espaço esteja livre e até que eles saibam que nenhum outro robô está se movendo para o mesmo lugar. Eles são cuidadosos e reservam um espaço com antecedência”.
Testes iniciais, mas promissores
De pequenos robôs em uma mesa para carros autônomos em uma estrada há uma grande distância, mas o objetivo dos pesquisadores da Universidade Northwestern é que a tecnologia possa realmente ser usada em veículos no futuro. “Entendendo como controlar nossos robôs para criar formas, nós podemos entender como controlar frotas de carros autônomos enquanto eles interagem uns com os outros”, afirmou Rubenstein.
Esse aspecto de interação dos robôs — ou carros — é um dos mais interessantes do sistema, porque os 100 robôs funcionam de forma descentralizada, cada um analisando sua localização e os outros à sua volta antes de decidir para onde ir. Isso faz com que o projeto seja muito mais seguro contra falhas.
“Em um sistema descentralizado, não há um líder dizendo a todos os outros robôs o que fazer. Cada robô toma as próprias decisões. Se um robô falha em um grupo, os demais ainda conseguem cumprir a tarefa”, explicou o pesquisador.
Outro ponto promissor do algoritmo criado pela Universidade Northwestern é cada robô analisar apenas os movimentos dos três ou quatro “colegas” mais próximos. Isso quer dizer que eles podem agir localmente, sem precisar de informações de todo o grupo para tomar decisões. Esse aspecto é importante para tornar um sistema como esse viável em carros autônomos produzidos em escala.
Fonte: Northwestern University
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