Durante a abertura da Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC) em Xangai, o CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou que a empresa deve dominar o nível 5 dos carros autônomos até o final de 2020. Esse nível tecnologia permite que o veículo tenha autonomia total.
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Os veículos vendidos pela empresa já apresentam o hardware (como sensores e outros dispositivos) que torna possível a capacidade de direção totalmente autônoma (FSD, em inglês). No entanto, para que isso realmente aconteça, será necessário realizar uma atualização do software Autopilot, responsável por controlar essas funções no carro.
No Twitter, Musk afirmou que, de dois a quatro meses, deve lançar um pacote de atualizações do software. “Praticamente tudo teve que ser reescrito, incluindo o nosso software de etiquetagem, para que seja fundamentalmente ‘3D’ a cada passo do treinamento à inferência”, declarou o CEO no microblog.
Níveis dos carros autônomos
A capacidade de direção dos carros autônomos é dividida nos níveis de 0 a 5. Até o nível 2, o motorista pode dirigir o veículo com o suporte do software de direção. Assim, uma pessoa é responsável por supervisionar e, caso necessário, intervir nas ações automatizadas, como controle da aceleração e dos freios, bem como o controle de navegação.
A partir do nível 3, o veículo já é capaz de realizar todos os comandos necessários para a direção de forma autônoma, mas ainda requer um motorista para realizar algumas ações requisitadas pelo sistema. O carro pode atuar sozinho em engarrafamento, por exemplo. Entretanto, dependerá de uma série de condições para poder operar.
No nível 4, a tecnologia já permite a operação de táxis autônomos e pode funcionar sem pedais nemvolantes, mas ainda depende de certas condições para funcionar.
No nível 5, a automação é completa, e o veículo funciona em qualquer condição sem a necessidade de um ser humano embarcado.
Tecnologia da Tesla
Pioneira no setor, o Autopilot da companhia de Musk existe há cerca de cinco anos. Apesar de anunciada como uma tecnologia de mãos livres, os motoristas devem manter as mãos no volante o máximo possível. Atualmente, o Autopilot da empresa é uma combinação de controle de cruzeiro avançado com direção automatizada, além de algumas funções de manobra.
Os limites da Deep Learning
Esta não é a primeira vez que Musk anuncia a autonomia em seus veículos. Em 2019, o executivo afirmou que táxis autônomos estariam disponíveis em 2020. Entretanto, a empresa adiou o lançamento da tecnologia para 2021.
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Ainda que todos os veículos da empresa tenham radar frontal e detectores de objetos ultrassônicos de proximidade, o principal componente para a tecnologia autônoma é um conjunto de oito câmeras alimentadas por algoritmos de Inteligência Artificial de Deep Learning. A ferramenta ajuda os carros a interpretar as imagens e a navegar sem colisões.
Os algoritmos de Deep Learning estão melhorando na detecção de objetos nas imagens, mas ainda há um problema a ser superado: esses sistemas não são confiáveis ao encontrar novas situações. Em 2016, por exemplo, o algoritmo da empresa não detectou um caminhão branco por falta de contraste em um céu claro, o que resultou em um acidente fatal.
Fonte: PC Magazine, BBC, Car and Drive, Tesla, Business Insider.
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