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Eletrificação da frota chega ao transporte corporativo

Startup Fretadão investe R$ 2 milhões na compra de três vans elétricas para levar colaboradores de empresa farmacêutica

Por Mário Sérgio Venditti

 

Funcionários de uma empresa farmacêutica serão transportados em três vans elétricas, da Citroën. Foto: Citroën/Divulgação

Cem funcionários de uma empresa farmacêutica começam, neste mês de março, a viver uma experiência diferente na cidade de São Paulo. Eles serão transportados até seus locais de trabalho por três unidades da van totalmente elétrica e-Jumpy, da Citroën.

A iniciativa faz parte da parceria entre a companhia e o Fretadão, startup de gestão de transporte corporativo, que possui uma frota de 21 vans, micro-ônibus e ônibus com motor diesel. Para atender o novo projeto, um investimento de R$ 2 milhões foi efetuado para a aquisição dos veículos movidos a bateria.

“A decisão veio da demanda da empresa, que busca cumprir suas metas de ESG (meio ambiente, social e governança)”, afirma Antonio Carlos Gonçalves, CEO do Fretadão. “A consolidação desse projeto viabiliza um transporte menos poluente e mais sustentável de empresas preocupadas em diminuir a pegada de carbono.”

Segundo o Fretadão, a expectativa inicial é reduzir a emissão de 400 gramas de CO² por quilômetro rodado, o que pode gerar um impacto equivalente a 30 carros a menos nas ruas.

“No período da pandemia, a demanda passou por um crescimento relevante. Nesse momento, detectamos que o segmento de transporte de funcionários poderia acontecer com o envolvimento de veículos elétricos, que, enfim, está entrando em ação”, diz.

Decisão difícil

Gonçalves conta que o programa de coparticipação com a empresa farmacêutica é o primeiro passo para fomentar mais parcerias de eletrificação de frotas. “Em outubro, o cliente nos trouxe a demanda para o deslocamento de seus colaboradores. Construímos o projeto e percebemos a viabilidade de usar carros com tecnologia elétrica, ideia prontamente aceita”, revela o CEO.

Fundado em 2015, o Fretadão se encarrega de fazer o planejamento de levar os funcionários, de estações de trem e metrô até a empresa e, após o expediente, para os pontos de partida novamente. “Cuidamos de toda a gestão do transporte para as companhias, que não precisam se preocupar com isso”, afirma.

Atualmente, a startup atua em 16 Estados, transportando diariamente 36 mil colaboradores de 110 empresas, em um total de 7 milhões de quilômetros rodados por mês..

Os ônibus, microônibus e vans pertencem ao Fretadão Rental, braço do Fretadão, que, agora, vai incorporar os três furgões elétricos em sua frota. O crescimento não para aí: recentemente, a startup captou R$ 50 milhões para a compra de mais 80 veículos, que permitirão a expansão das atividades e o atendimento de novos clientes.

No entanto, o executivo admite que optar por carros elétricos na locomoção de funcionários não é uma decisão simples para as empresas, porque existem alguns limitadores. Os veículos com esse sistema são muito mais caros e exigem infraestrutura de recarga adequada para cumprir a jornada de trabalho diária.

Novas alternativas

“Às vezes, a necessidade de recarga acaba inibindo investimentos, porque é um problema no nosso escopo de atuação”, explica Gonçalves. “No caso dos três Citroën e-Jumpy, as baterias serão realimentadas em pontos de recarga rápida na base do próprio cliente responsável pela operação”, destaca.

Novas alternativas de fornecimento de energia estão sendo estudadas, como a instalação de placas fotovoltaicas para reabastecer a frota a serviço dos clientes.

“A autonomia torna-se sempre um impasse para o investimento de veículos elétricos. É claro que em uma rota longa, por exemplo, de São Paulo a Ribeirão Preto, a propulsão elétrica é inviável. Em percursos curtos, como o que usamos no dia a dia em nossas operações, os modelos atendem perfeitamente”, diz.

Em compensação, alguns fatores beneficiam a utilização de carros elétricos no transporte corporativo. Em primeiro lugar, o silêncio do motor e a suavidade no rodar aumentam o conforto dos passageiros. Em segundo, o custo mais baixo da manutenção: “Com o tempo, a economia gerada pelas revisões paga a aquisição e a operação diária de um veículo elétrico”, acredita o executivo.

Gonçalves acredita que a eletrificação dos veículos no campo de atuação do Fretadão ainda não resolve a questão de transporte de profissionais até seus locais de trabalho. “Mas adotar veículos elétricos já é uma contribuição importante. Vale ressaltar que os 21 veículos diesel de nossa frota já atendem as normas do Euro 6, que limitam a emissão de gases poluentes”, salienta.

Fretadão em números

16 Estados é a área onde a empresa atua

110 clientes são atendidos pela startup

36 mil pessoas transportadas diariamente

7 milhões de km rodados por mês

Fonte: Fretadão

Audi usa Q8 e-tron para transfer de clientes da Latam

Passageiros também são transportados em carros elétricos no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Três meses depois de inaugurar o serviço de transfer de clientes da categoria Black Signature da Latam, no embarque e desembarque dos aviões, a companhia aérea e a Audi começaram a usar os modelos Audi Q8 e-tron e Q8 Sportback e-tron nas operações.

O Q8 e-tron marca a nova linguagem visual da fabricante e recebeu melhorias aerodinâmicas, incluindo elementos no interior do para-choque frontal que otimizam o fluxo de ar e aumentam a estabilidade. Isso representa mais conforto aos passageiros antes ou depois de um voo.

O Audi Q8 e-tron ganhou bateria com capacidade ampliada em 20% em relação ao componente anterior, passando de 95 kWh para 114 kWh. O modelo é equipado com dois propulsores elétricos com potência combinada de 408 cv.

“Os passageiros são surpreendidos com os veículos da Audi, que entregam comodidade, exclusividade e sustentabilidade”, afirma Paulo Miranda, vice-presidente de clientes do Grupo Latam.

Os carros da Audi, que fazem o serviço oferecido pela Latam, estão disponíveis todos os dias da semana, das 6 h às 23 h. Ao se apresentar em um dos portões de embarque remoto de Congonhas (portões 13 a 22), o cliente Pass Black Signature é encaminhado ao transfer por um funcionário da companhia.

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