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Por que a Tesla está fazendo recall de 1 milhão de veículos?

A Tesla já realizou quatro recalls nos Estados Unidos (EUA) em 2022, com mais de 1,5 milhão de veículos elétricos convocados para corrigir defeitos. Os consertos são exigidos pela Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA) dos EUA, após queixas de consumidores e alguns processos formais.

Em 2021, a fabricante havia realizado outras 11 convocações: duas relacionadas a airbags; duas, a problemas de suspensão; duas, à prevenção de back over; duas, a cintos de segurança; uma, a freios de serviço/hidráulico, prevenção de colisão frontal e travas/articulações.

Além disso, a companhia de Elon Musk está sob investigação do órgão regulador nacional por conta de uma ativação inesperada do freio e um recurso de videogame nos automóveis. Com isso, outros 400 mil veículos podem ser alvo de recall.

Entenda o motivo de cada recall realizado em 2022.

1. Full Self-Driving

Recurso de direção autônoma foi visto como risco à segurança. (Fonte: David von Diemar/Unsplash/Reprodução)

O software Full Self-Driving (Beta) foi o motivo do primeiro recall realizado neste ano. O programa de assistência de direção utiliza o recurso “parada contínua” quando o automóvel reduz a velocidade, mas não para completamente em alguns cruzamentos se não houver outros carros ou pedestres à vista.

Dessa forma, a NHTSA considerou que isso representa um risco de segurança. Por isso, 54 mil veículos do Modelo S, Modelo X (2016-2022), Modelo 3 (2017-2022) e Modelo Y (2020-2022) precisaram passar por uma atualização para desativar a funcionalidade. Musk afirmou, no Twitter, que “não houve problemas de segurança” com a função.

2. Alerta sonoro do cinto de segurança

A ausência de alerta sonoro na partida do veículo quando o motorista não afivelou o cinto de segurança foi o motivo do recall de mais de 817 mil veículos Model S e Model X, produzidos a partir de 2021; Model 3, fabricados desde 2017; e Model Y, desde 2020. O defeito está fora do padrão federal de segurança da NHTSA.

A montadora de veículos elétricos afirmou que um erro de software pode provocar a situação. Entretanto, a Tesla argumenta que o problema está restrito a situações específicas, como a interrupção do sinal sonoro na condução anterior após o cinto de segurança não ter sido afivelado depois dos alertas.

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3. Defeito no para-brisa

Defeito pode comprometer a visibilidade durante nevascas. (Fonte: Congerdesign/Pixabay/Reprodução)

Um erro de software pode causar problemas à abertura incorreta de uma válvula na bomba de calor impedindo o degelo do para-brisa em quase 27 mil automóveis Model 3, Model S, Model X (fabricados em 2021 e 2022) e Model Y (produzidos de 2020 a 2022). Com isso, o material refrigerante fica preso no evaporador.

Apesar de a Tesla não ter registrado nenhum acidente provocado pelo defeito, a NHTSA argumenta que o problema pode reduzir a visibilidade dos motoristas em condições extremas, aumentando o risco de colisões. 

Dessa maneira, uma atualização over-the-air foi realizada e, com isso, os veículos fabricados a partir de 15 de janeiro já saíram de fábrica com a correção aplicada.

4. Boombox

Os veículos elétricos são bem mais silenciosos do que os carros a combustão, e isso pode ser perigoso para as pessoas ao redor. Por isso, desde 2019, os automóveis da Tesla contam com um Sistema de Alerta de Pedestres (PWS) que emite um som para avisar de algumaavisar alguma aproximação.

No entanto, o recurso Boombox, que permite reproduzir sons personalizados pelo alto-falante externo, pode atrapalhar o PWS quando utilizado em movimento, gerando insegurança aos pedestres, segundo a NHTSA. Para Musk, a avaliação da autoridade reguladora se trata apenas de “polícia da diversão”.

Ainda assim, a fabricante concordou em recolher 578 mil veículos dos modelos Model S (2020-2022), Model X, Model Y e Model 3 (2017-2022) para realizar uma atualização de software over-the-air, que desativará a funcionalidade nos modos Drive, Neutral e Reverse.

Fonte: Reuters.

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