O transporte coletivo permite tirar muitos carros de circulação, melhorando o fluxo de veículos e diminuindo a poluição. Por que, então, não o transformar em uma saída mais atraente para quem se desloca? Conheça alguns tópicos que precisam ser levados em conta no planejamento de formas mais econômicas, saudáveis e ecológicas de se deslocar.
1. Conforto
O principal atrativo do carro é o conforto, afinal após uma noite mal dormida ou um dia intenso de trabalho é preferível estar sentado no próprio carro, ouvindo música, do que em pé em um ônibus lotado e barulhento.
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Por isso, é fundamental que os veículos do transporte coletivo ofereçam conforto para estimular as pessoas a deixarem o carro na garagem. Poltronas mais macias, veículos menos lotados, ar-condicionado, Wi-Fi e carregadores de celular são exemplos de itens que podem mudar a forma como os ônibus são vistos hoje.
Uma boa saída já vigente é o transporte público sob demanda que circula em Goiânia (GO) com micro-ônibus. Os usuários indicam o trajeto desejado em um aplicativo e, tal como em serviços de compartilhamento de carona, embarcam próximo de onde estão e desembarcam próximo ao ponto de destino.
2. Rapidez
Outro ponto que pode convencer os apressados de plantão é a velocidade do deslocamento. Em uma rotina atribulada, todo tempo é útil, por isso, se o motorista de carro perceber que em determinado trajeto o ônibus é mais rápido, isso certamente vai pesar na balança.
O sistema de ônibus de trânsito rápido (BRT) é uma ótima pedida. Com vias segregadas apenas para eles, esses veículos andam de forma otimizada mesmo nos momentos de pico. Além disso, são comuns ônibus articulados e até biarticulados, como em Curitiba (PR), o que melhora de forma significativa a capacidade de condução nos horários de rush.
3. Eficiência
É comum que se comente popularmente que duas regiões de uma mesma cidade são próximas, mas que o trajeto é “contramão”, quando não há um caminho pensado de forma eficiente para unir os dois pontos. Isso também merece ser destacado. Para o carro ficar na garagem, é fundamental que as pessoas encontrem respostas práticas às necessidades de deslocamento.
Novamente, o modelo usado em Goiânia parece ser uma ótima resposta. Como os veículos compartilhados não têm trajetos fixos, e sim de acordo com o que os passageiros vão delineando em conjunto, acaba-se por responder a demandas reais com mais praticidade.
Outro caso interessante são as bicicletas pensadas para o último trecho, como em Fortaleza (CE). Na capital cearense, ao lado dos terminais de ônibus existem bases com bicicletas compartilhadas que podem complementar o trajeto até um local mais próximo do destino.
4. Custo
O modelo vigente de transporte nas cidades está em uma crise profunda agravada pela covid-19. O valor da tarifa técnica está cada vez mais alto, o que exige que as prefeituras apliquem subsídios maiores; diante da impossibilidade de isso ocorrer, quem paga é o usuário. Isso desestimula o uso dos modais coletivos, o que encarece ainda mais o sistema, gerando um círculo vicioso.
O que muitas cidades estão fazendo é implementar o pedágio urbano: quem quiser usar o carro no centro em horário comercial expandido deve pagar uma taxa. Esse valor pode auxiliar na manutenção do transporte coletivo e de políticas de mobilidade ativa, como a ampliação de ciclovias.
5. Segurança
Por fim, um dos pontos que ainda dificultam a transição para o transporte coletivo é a segurança. E isso se aplica sobretudo às mulheres, que, além de furtos e assaltos, podem sofrer assédio sexual.
Em resposta a esse problema, Fortaleza aponta uma solução: a cidade usa o app Nina para, entre outras funções, permitir que usuários do transporte coletivo reportem situações de assédio ou violência. Essas informações são repassadas à autoridade competente, que aciona a empresa para a liberação de imagens.
Com medidas simples, é possível criar uma rede de soluções em torno do transporte coletivo para torná-lo mais confortável e viável.
Fonte: Fetropar, Estadão Summit Mobilidade.
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