Para incentivar a denúncia de casos de violência contra as mulheres, que tem crescido durante a atual pandemia, a 99 passou a oferecer corridas grátis até a Delegacia da Mulher. Em São Paulo, a Polícia Militar registrou aumento de 44,9% nos socorros prestados em março de 2020 em comparação ao mês anterior, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FSBP).
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A oferta da 99 se deu em algumas cidades durante o Carnaval; depois, o benefício foi concedido próximo ao Dia Internacional da Mulher e estava previsto para durar até 31 de março. No entanto, com a divulgação do crescimento do número de atendimentos a mulheres vítimas de violência durante o isolamento social, a empresa estendeu o benefício até o fim de maio.
Violência contra a mulher cresceu durante pandemia
O relatório do FSBP aponta que, em São Paulo, foram registrados 9.817 casos em março deste ano, mais de 3 mil a mais que no mesmo período do ano passado; 19 mulheres foram vítimas de feminicídio, com aumento de 46,2% em relação a 2019.
O levantamento analisou atendimentos policiais de homicídios dolosos de mulheres, feminicídios, estupros, ameaças e lesão corporal dolosa decorrente de violência familiar. Outros cinco estados foram incluídos no relatório: Acre, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará.
Mulheres na Pesquisa Científica e o Desafio da Mobilidade Urbana
Em março de 2019, apenas um caso de feminicídio foi registrado no Rio Grande do Norte. No mesmo mês deste ano, o número passou para quatro. No estado, as ocorrências de lesão corporal dolosa (quando há intenção clara de ferir) aumentaram 34,1%, enquanto as ameaças subiram 54,3%. As denúncias de estupro e estupro de vulnerável no período dobraram e somaram 40 casos.
Violência é subnotificada
As medidas de isolamento social por conta do novo coronavírus têm sido um obstáculo para a formalização de denúncias de violência contra a mulher. Com a maior proximidade dos parceiros, que, quase sempre, são os principais agressores, as vítimas podem sentir ainda mais receio de efetuar denúncias — ainda que tenham coragem, podem enfrentar dificuldades de mobilidade para chegar até uma Delegacia da Mulher.
Mulher no transporte público: dificuldades e soluções
Uma pesquisa divulgada pelo Ministério Público Federal de São Paulo indica que 66% dos feminicídios foram tentados ou consumados dentro da própria casa. O órgão aponta que os fatores de risco se intensificam durante a pandemia do novo coronavírus. O isolamento da vítima, sem contato com outros familiares e amigos, o abuso do consumo de álcool e drogas ilícitas associado a comportamentos controladores e ao desemprego aumentam as chances de agressões letais.
Como acionar o 99 para ir até uma Delegacia da Mulher
Para acionar o serviço oferecido pelo 99, basta inserir no destino “Delegacia da Mulher” ou o endereço da delegacia mais próxima, que pode ser obtido no site da empresa. O aplicativo concede descontos de R$ 20 por viagem, que podem tornar o deslocamento grátis caso a corrida fique abaixo do valor. Cada CPF pode utilizar o benefício quatro vezes até o fim de maio.
Preconceito contra mulheres no trânsito é entrave à mobilidade
Durante a viagem, a empresa recomenda que as mulheres tentem manter a calma e conversem com pessoas de confiança. Ao chegar à delegacia, a vítima deve relatar o ocorrido e seguir as orientações da autoridade policial.
A violência contra a mulher também pode ser denunciada sem sair de casa, pela vítima ou por testemunhas, pelo número 180, o disque-denúncia da Central de Atendimento à Mulher.
Fonte: 99app, Agência Brasil, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, MPFSP
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