A partir de 2022, usuários do metrô paulistano só vão poder comprar as passagens usando o aplicativo ou as máquinas de autoatendimento localizadas nas estações. É o que determina a decisão tomada pelo governo visando à economia no serviço.
Por enquanto, nos períodos de pico (das 6h às 10h e das 16h às 20h), as bilheterias vão continuar abertas. Nas estações Belém, linha 3 Vermelha e Granja Julieta, Linha 9 Esmeralda, porém, a redução está sendo gradativa desde 8 de outubro até ser totalmente desativada, no dia 15.
Mudanças para os passageiros
Quem usa as redes de transporte público na capital e ainda compra passagens nas bilheterias vai ter de se adaptar às outras opções disponíveis. Além do autoatendimento e do aplicativo, é possível comprar bilhetes pelas redes da empresa Top: WhatsApp (com pagamento por Pix) ou aplicativo (que aceita cartões de crédito e débito). O desempenho do atendimento nesses canais é questionado.
Prós e contras da mudança
Na medida, está previsto o fechamento de todas as bilheterias do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na cidade até o fim de 2021. A justificativa é o corte de despesas, já que cerca de R$ 100 milhões por ano seriam economizados só nos 12 primeiros meses, segundo o governo. Além disso, a maior parte dos usuários não deve ser diretamente afetada, pois já se acostumou com outras formas de adquirir as passagens.
A grande preocupação é relativa ao autoatendimento, que tem funcionamento instável e apresenta problemas técnicos no processo de compra, o que deve ser corrigido antes do fim do ano. Usuários com dificuldades no acesso ao aplicativo, como idosos, também representam um ponto de atenção. Em contrapartida, há a promessa do governo estadual de ampliar os pontos de venda conveniados do bilhete virtual, os quais geralmente ficam em estabelecimentos próximos às estações.
Os trabalhadores que atuam nesses pontos vão ser realocados para outras funções, segundo a secretaria. No entanto, há insegurança no setor, já que em algumas linhas há mais de 250 pessoas exercendo a função.
Posicionamento do sindicato
No dia do anúncio, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo se manifestou por meio de uma carta de repúdio, posicionando-se contra a decisão. No documento, há o alerta de risco de perda de emprego para funcionários de empresas terceirizadas. A entidade também ressaltou, na divulgação, as dificuldades que podem ser enfrentadas pelos passageiros do transporte público, por isso pede mais nitidez do governo sobre a economia estimada que justifica essa adaptação.
Metroviários e funcionários terceirizados já realizaram protesto, no dia 22, contra a resolução. O movimento começou e terminou nas estações do Metrô.
Fonte: CPTM, Sindicato dos Metroviários de São Paulo.