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Como aliar carros elétricos à energia renovável?

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Os carros elétricos são frequentemente apontados como uma alternativa mais sustentável para as pessoas que precisam de veículos particulares. De fato, eles não emitem poluentes. Mesmo assim, apenas trocar seu automóvel a gasolina ou álcool por um movido a eletricidade não resolve o problema. Pelo contrário, pode criar outros. Afinal, é necessário analisar de onde vem a energia utilizada para recarregar as baterias.

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Na China, um elétrico pode emitir de duas a cinco vezes mais gás carbônico na atmosfera quando comparado a um automóvel a combustão. Isso porque a energia utilizada para recarregar as baterias nesse país vem de usinas termelétricas a carvão, um método bastante poluente. O problema também existe em diversos países da Europa e nos Estados Unidos em diferentes níveis, dependendo da quantidade de poluentes emitidos no processo de geração de energia.

Levando em conta a realidade norte-americana, por exemplo, um carro elétrico carregado com energia de usinas termelétricas a carvão emite apenas 1% a menos de gases de efeito estufa do que um carro a gasolina comum. Quando as termelétricas são abastecidas com gás natural, a redução nas emissões chega a 51%. Quando a energia elétrica vem de uma fonte limpa e renovável — como a solar, eólica ou hidrelétrica — a emissão de poluentes se torna pelo menos 90% menor.

Naturalmente, existem várias outras questões a serem desenvolvidas para que os carros elétricos se tornem uma alternativa de mobilidade realmente sustentável. As baterias de lítio, por exemplo, são feitas de um minério não renovável e causam muitos impactos ambientais em sua fabricação. Iniciativas que incentivem o carregamento das baterias com energias vindas de fontes renováveis já representam um grande avanço nesse sentido.

Redes de estações de carregamento

A concessionária de energia elétrica de Austin (Texas, EUA) criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de aproximadamente US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede.

Outra empresa da Califórnia pretende expandir o conceito em nível nacional com as energias eólica e solar. Painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão as estações de carregamento.

(Fonte: Governo do Paraná) 

No Brasil, algumas concessionárias de energia elétrica estão se adiantando para prover mais pontos de recarga a esse tipo de automóvel. Em 2018, a Copel, no Paraná, inaugurou uma rede de “eletropostos” ligando as cidades de Paranaguá e de Foz do Iguaçu, com mais de 730 km de extensão. Iniciativas semelhantes também aconteceram em São Paulo e no Espírito Santo.

Gerenciamento de recarga

Em algumas regiões dos Estados Unidos, a energia renovável está disponível nos lares em períodos de menor consumo — em horários de pico, as usinas termelétricas são acionadas para dar conta da demanda. Em vista disso, algumas fornecedoras de energia dão desconto a quem carregar seus carros elétricos em horários estratégicos.

Incentivar a eletrificação onde há energias renováveis

Uma análise da organização internacional World Resources Institute (WRI) apontou que a eletrificação da frota deveria ser incentivada em países e regiões onde a energia elétrica já vem de fontes limpas e renováveis. Isso faz do Brasil um lugar ideal para os carros elétricos, já que mais de 60% da eletricidade nacional vêm das hidrelétricas. Na região Nordeste em especial, 89% da energia têm origem eólica.

(Fonte: Fundaj/Governo Federal)

Cálculos publicados pela agência de notícias EPBR indicaram que ainda é inviável eletrificar totalmente a frota brasileira. Afinal, tratam-se de mais de 40 milhões de veículos, que demandariam mais uma usina do tamanho de Itaipu — uma das maiores do mundo — para recarregar suas baterias. Porém, ter 10% da frota composta já trariam uma economia de 6 bilhões de litros de combustível ao país.

Por enquanto, a frota de carros elétricos no Brasil ainda é menor que 0,1% do total: são aproximadamente 11 mil exemplares de acordo com dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Um dos principais entraves para a disseminação desse tipo de veículo no Brasil é o preço: todos os modelos disponíveis no mercado nacional custam mais de R$ 100 mil.

Fonte: Thecityfix

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