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Como funciona a tarifa por tamanho de trajeto?

Standing room only and closeup of passengers hands gripping straps and railings on a full, hot early evening bus from central Mysuru (formerly Mysore) bus station to nearer the outskirts of the city.

O transporte público é um serviço universal, mas o cálculo da tarifa varia conforme o tipo de veículo e o lugar. No Brasil, por exemplo, as prefeituras utilizam duas planilhas para calcular qual será o custo final de uma passagem.

A planilha mais utilizada é a que foi criada em 1965 pelo Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, conhecida como planilha Geipot. Esse documento tem sido gradualmente substituído pela planilha da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), lançada em 2017 e que apresenta um cálculo mais detalhado de cobranças, levando em consideração aspectos ambientais.

De forma resumida, as planilhas somam os custos fixos (salários, gratuidades, seguros e depreciação do veículo) com as variáveis (gasolina e reposição de peças) e dividem a soma pelo número de passageiros. Quando a prefeitura disponibiliza subsídios, esse valor é descontado das planilhas. 

Cobrança da tarifa por tamanho de trajeto

Mas esse formato de cobrança não é universal. A prefeitura de Buenos Aires, na Argentina, cobra o valor da passagem de ônibus pelo tamanho do trajeto percorrido por cada pessoa. 

Ônibus circulando na região central de Buenos Aires, capital da Argentina. (Fonte da imagem: (Fonte: Yasemin Berber/Shutterstock)

Funciona assim: ao entrar no coletivo, o motorista pergunta ao passageiro onde ele vai descer e, com base na resposta, cobra o valor correspondente à distância. 

De acordo com o site do Governo da Argentina, as tarifas podem variar de 18 pesos argentinos (em torno de R$ 1,10), para até 3 quilômetros, a 23 pesos (em torno de R$ 1,45), nos trajetos superiores a 27 quilômetros.

Esse formato de tarifa por tamanho de trajeto também é utilizado no Japão. No metrô de Tóquio, por exemplo, os passageiros precisam estar atentos ao preço do bilhete cobrado na estação em que pretende descer, para fazer a conta e comprar a passagem com valor suficiente para cobrir o preço cobrado na estação de entrada e o valor praticado no ponto de saída.

Usuários compram bilhetes para embarcar no sistema metroviário de Tóquio, no Japão. (Fonte: M.Thanaphum / Shutterstock )

As vantagens do modelo de tarifa por tamanho de trajeto podem ser óbvias para os passageiros: parece muito mais coerente pagar apenas pelo caminho percorrido do que ter uma tarifa única para todas as distâncias.

Por outro lado, voltando ao exemplo de como as tarifas de ônibus são cobradas no Brasil, fica mais fácil entender as desvantagens desse modelo de cobrança.

Quando o valor cobrado é o mesmo, independentemente da distância percorrida, tanto o Estado quanto as empresas que prestam o serviço de transporte têm uma previsão mais fiel da arrecadação. 

Cada modelo tem seus pontos fortes e aspectos de ajuste, mas é importante conhecer outras opções de precificação de passagem, tanto para entender como esse sistema funciona quanto para avaliar alternativas de distribuição dos valores pagos no transporte público.

Fonte: GEIPOT, ANTP, Made in Japan, Argentina.gob. 

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