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5 passos para a geração de desenvolvimento urbano igualitário

A economia brasileira tem enfrentado uma crise significativa. Porém, mesmo no período de boom econômico, em que o país ocupava o sexto lugar no ranking dos maiores PIBs do mundo, a desigualdade social ainda era uma marca persistente — herança de uma economia colonial e um processo de escravidão de mais de três séculos.

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Por isso, mais do que gerar riqueza, há outro dilema a ser considerado: como fazer o desenvolvimento ser percebido por todos os segmentos da população? Como conciliar “o crescimento do bolo” junto à diminuição da fome e da miséria de milhões de pessoas?

Visto que a maior parte da população brasileira vive no meio urbano, é no território das cidades que os dilemas e as tensões se materializam. Isso significa, em termos práticos, que o desenvolvimento passa por mais oportunidades de emprego e de renda, mais vagas em creches e escolas, mais estrutura nas unidades de saúde, entre outras políticas.

Conheça cinco diretrizes para alcançar o desenvolvimento das cidades de forma mais igualitária, com crescimento distribuído e redução das desigualdades.

1. Reconhecer a desigualdade socioespacial

É fundamental pensar em políticas públicas que considerem as relações de desigualdade apresentadas pela cidade. (Fonte: Shutterstock)

É comum os gestores públicos dizerem que devem governar para todos, mas é preciso um olhar especial para quem reside na periferia, em situação de vulnerabilidade socioespacial.

Por isso, para se ter uma cidade que caminhe para a redução da desigualdade, é importante reconhecer que a realidade é marcada por desigualdades e que devem ser estabelecidas prioridades para erradicá-las.

2. Planejar junto a quem vive no território

É comum também que os gestores públicos ofereçam uma série de políticas como alternativa de resolução de problemas sociais, mas quem verdadeiramente conhece os dilemas a serem resolvidos é aqueles que os vivem no cotidiano.

O acompanhamento de técnicos da prefeitura e de outros agentes, como pesquisadores, é sempre bem-vindo. Convém, dessa forma, envolver os cidadãos na elaboração de uma agenda e na discussão de soluções. Afinal, são essas pessoas que perceberão os benefícios dessas políticas.

Uma boa dica nesse sentido é o fortalecimento dos conselhos que dirigem as entidades em cada área: Saúde, Educação, etc. Assim, garante-se que os órgãos públicos ouçam a sociedade civil organizada na definição dos seus rumos.

3. Distribuir renda como forma de investimento

O Bolsa Família é o principal programa de distribuição de renda do Brasil. (Fonte: Shutterstock)

Além de operar como política de assistência, as propostas de transferência de renda são medidas que operam como investimento: o valor transferido estimula a economia local e gera desenvolvimento desde baixo.

Além disso, um estudo do Ipea de 2011 apontou que mais de 50% do valor são transferidos de volta aos cofres públicos por meio de impostos. Portanto, é uma política que se sustenta a longo prazo.

4. Elaborar políticas de desenvolvimento regional

Outra forma de gerar esse desenvolvimento é pensar em alternativas de desenvolvimento regional, e as moedas sociais são um bom exemplo. Em Maricá, no interior fluminense, criou-se uma moeda local: a prefeitura organiza os programas de transferência de renda por meio desse veículo de troca, que é aceito nos comércios da região. Assim, garante-se que o dinheiro se mantenha em circulação na cidade, gerando riquezas no município.

5. Tomar decisões a longo prazo

Ao pensar em desenvolvimento e redução das desigualdades, deve-se pensar a longo prazo. Um exemplo disso é percebido no saneamento básico: embora essa área tenha um alto custo e os governos encontrem dificuldade em investir nela, as políticas de saneamento permitem uma economia substantiva na saúde pública.

Fonte: Journals, Maricá.

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