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Como é a mobilidade de uma cidade inteligente?

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Nos últimos anos, diversas cidades têm empenhado esforços para se tornarem cidades inteligentes. Quando essas transformações são pensadas no âmbito da mobilidade urbana, é importante considerar quais são as estratégias de transporte e as formas de os cidadãos acessarem os espaços de maneira justa, saudável e ambientalmente correta.

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Conheça algumas dimensões da mobilidade que podem contribuir para que o município responda às necessidades da população e caminhe no sentido de se tornar uma cidade inteligente.

Raio X

Informação é matéria-prima para a tomada de decisão sobre o futuro das cidades. (Fonte: Shutterstock)

Constituir uma cidade inteligente é mais do que colocar WiFi nas ruas ou adaptar o site da prefeitura para mobile first. Trata-se de pensar estratégias complexas, que envolvem planejamento e gestão de um arranjo de diversas variáveis. Por isso, segundo a doutora em Ciências Sociais Aspásia Camargo, que já presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e ocupou a Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente, o primeiro passo de uma cidade inteligente deve ser conhecer a si própria. E isso vale para a mobilidade, cujas soluções estão necessariamente articuladas com outras áreas.

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A melhor forma de ter um diagnóstico preciso é fazer um levantamento chamado Sistema de Informação Georreferenciada (SIG), que funciona como um raio X da cidade. Com isso, é possível quantificar e tabular variáveis que as impressões empíricas podem não revelar, como gargalos do sistema de transporte e fluxos mais comuns, que demandam ações rápidas.

O SIG é importante também para conhecer tecnicamente as possibilidades de intervenção. Por exemplo, para fazer um túnel ou ampliar a rede de metrô de uma região, a formação do solo e a vegetação atingida são variáveis importantes a serem consideradas. Além disso, o sistema pode apresentar os desafios da mobilidade diante de problemas ainda não percebidos. Se um local precisa de uma escola ou uma unidade básica de saúde, é necessário pensar em como as pessoas vão acessar esse novo equipamento público: há calçadas? Será necessário construir ciclovias e adaptar a rota de linhas de ônibus?

Outro exemplo se refere à articulação de regiões. Se a análise concluir que um espaço tem trabalhadores predominantemente residentes de outro, é necessário otimizar essa relação. Incentivar com isenção de impostos a transferência de empresas para o local de residência das pessoas ou criar uma linha de ônibus que conecte as regiões podem ser alternativas desenvolvidas a partir do diagnóstico desse instrumento.

Tecnologia social

Uma vez feito o levantamento das informações que permitam conhecer o “metabolismo” da cidade, os gestores podem pensar em soluções que resolvam esses desafios. É a hora de usar a tecnologia e a disposição de inovação: as respostas de uma cidade inteligente precisam unir tecnologia, justiça social, responsabilidade ambiental e participação cidadã.

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Soluções high tech são bem-vindas, mas apenas se de fato resolverem os problemas urbanos, já que a ideia de uma cidade inteligente é torná-la funcional para todos os habitantes. No exemplo da abertura de uma nova linha de ônibus, talvez essa demanda, junto a outros fatores, justifique um sistema de ônibus com canaleta exclusiva (BRT), que tem ótima relação custo-benefício, embora sem o mesmo apelo visual de um veículo leve sobre trilhos (VLT).

Outra solução pode ser criar uma ciclovia bem estruturada, capaz de desenvolver a mudança de hábito da população e dos trabalhadores que precisam se deslocar diariamente. Mas isso deve ocorrer apenas se a distância, o tempo de deslocamento e a segurança forem pensadas em um mesmo arranjo.

Mobilidade centrada nas pessoas

Soluções de mobilidade de uma cidade inteligente precisam considerar a complexidade da vida social. (Fonte: Shutterstock)

É fundamental que a mobilidade seja centrada nas pessoas. Por isso, transformar uma cidade inteligente pode implicar o uso de tecnologia pouco complexa e a adoção de ações mais audazes política do que tecnologicamente, como o combate à gentrificação.

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Revitalizar as praças como áreas verdes, de trânsito e convivência pode ser uma opção barata e funcional para tornar a cidade mais acolhedora e partilhada. “É preciso, antes de tudo, que a cidade inteligente seja o melhor lugar para se viver”, relata Camargo.

Ainda segundo a especialista, pensar na mobilidade urbana de uma cidade inteligente implica a possibilidade de acesso a um corpo articulado de espaços e equipamentos públicos que alimentem o conhecimento. Cultura, ciência, arte, economia e inovação precisam fazer parte do cotidiano do cidadão, cuja cidade deve permitir acesso a museus, empregos, compras e exercícios, garantindo uma vida plena.

Fonte: Engenharia E, FGV, Proxxima

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