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Confira os debates que abriram o Summit Mobilidade Urbana 2020

Com o tema Inovar para incluir: novos caminhos para que as cidades sejam mais diversas e democráticas, o Summit Mobilidade Urbana 2020 começou na manhã desta quarta-feira (12) em versão totalmente online e gratuita. 

O evento é realizado pelo jornal O Estado de São Paulo, com apresentação da 99 e patrocínio das empresas CCR Mobilidade, Veloe e Alelo. 

Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade urbana do Brasil

A apresentação ficou por conta da mestre de cerimônias Vanessa Cochi, e a abertura contou com discurso de Francisco Mesquita Neto, diretor presidente do Grupo Estado. O executivo ressaltou que, neste período excepcional, fica nítido como a saúde de uma metrópole depende diretamente da qualidade da mobilidade.

A secretária municipal de Mobilidade e Transporte, Elisabete França, salientou que o evento faz parte do calendário de debates da cidade e se torna ainda mais relevante durante a pandemia. 

Outra importante presença virtual no Summit foi o CEO da 99, Yang Mi. O executivo disse ser importante abrir a mente para pensar soluções sobre mobilidade e inclusão e que a empresa está trabalhando arduamente para criar serviços mais seguros e inovadores.

Representando a Veloe, Marcelo Costa apresentou o trabalho da companhia, cujos serviços consistem na abertura da cancela de pedágio em rodovias sem a necessidade de contato com o atendente.

Reconectando as cidades diante da pandemia

A primeira palestra do evento foi da presidente da Didi Chuxing, Jean Liu, que falou sobre formas de reconectar as cidades durante a pandemia. Segundo a executiva, a tecnologia é a chave para manejar os recursos de que o mundo dispõe atualmente, seja no campo da mobilidade urbana, seja na esfera da saúde. Nesse sentido, a companhia tem buscado ampliar possibilidades para que as diferentes pontas das demandas humanas se unam. 

Para Jean Liu, da Didi, a tecnologia é a chave para criar soluções para as demandas atuais no setor de mobilidade. (Fonte: Summit Mobilidade Urbana 2020/Reprodução)

Segundo Jean Liu, atualmente, há no Brasil 1,6 milhão de pessoas trabalhando com a 99, com uma redução de 60% no número de acidentes. Além disso, neste momento, a empresa tem se lançado a ações como a distribuição de kits de proteção e placas que dividem motoristas e usuários, dando mais segurança a ambos. Isso significa, de acordo com a presidente, “conciliar medo e ousadia”.

Diversificar opções de deslocamento

O fomento de modais de mobilidade ativa foi um dos pontos mais abordados no painel. (Fonte: Summit Mobilidade Urbana 2020/Reprodução)

Na sequência, o debate Diversificar opções de deslocamento, mediado pela jornalista Mariana Barros, discutiu o uso da infraestrutura instalada para tentar melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, fazendo com que vias, ciclovias e estações de transporte sejam atualizadas e permitam deslocamentos mais flexíveis e sustentáveis.

A primeira contribuição foi feita pelo Instituto Akatu, cujo vídeo, produzido pelo Media Lab Estadão, contou que o compartilhamento de equipamentos de mobilidade é a chave para a melhoria ambiental. A escolha de cada consumidor em sua circunstância concreta deve ser entendida, para que se fomentem opções compartilhadas cada vez mais sustentáveis.

O debate também contou com Elisabete França, secretária municipal de Mobilidade e Transportes; Luis Valença, presidente da CCR Mobilidade; Fernanda Caraballo, diretora de Desenvolvimento de Negócios da Mastercard; e José Police Neto, vereador de São Paulo. 

Nesse painel, destacou-se a importância de os setores públicos e privados somarem esforços e assumirem responsabilidades em um modelo de governança conjunta: uma vez que o usuário tem uma experiência integral de mobilidade, é necessário que o poder público dê conta de oferecer alternativas que respondam por essa demanda unificada em parceria com operadoras de transporte e outras entidades da sociedade civil. 

Para isso, ressaltou-se a importância da ampliação das possibilidades de pagamento da tarifa, a exemplo do pagamento por aproximação com smartphone ou cartões de crédito e débito. 

Além disso, foram debatidas possibilidades de se pensar novas formas de financiamento sobre o transporte coletivo. Ideias como o pedágio urbano e o estímulo à ciclomobilidade também foram trazidas à luz.

Enfrentar desigualdades socioespaciais

No projeto Bota pra Rodar, há preocupação em garantir paridade de gênero nas principais atividades. (Fonte: Summit Mobilidade Urbana 2020/Reprodução)

Discussões sobre desigualdades socioespaciais também marcaram o evento. No início da mesa, a cicloativista Thuanne Fonsêca Teixeira, que coordena a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), apresentou o case do projeto Bota pra Rodar, que transforma bicicletas ociosas em meios de deslocamento cotidianos em bairros periféricos da capital pernambucana. 

O debate seguiu com a presença de Pâmela Vaiano, diretora de Comunicação da 99; Vitor Del Rey, presidente do Guetto: Gestão Urbana de Empreendedorismo, Trabalho e Tecnologia Organizada; Guilherme Braga de Oliveira Alves, pesquisador da Casa Fluminense e coautor do Mapa da Desigualdade 2020; e Cid Torquato, secretário municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

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Os principais eixos que marcaram esse momento foram a dificuldade de construir políticas de mobilidade em um cenário em que muitas pessoas não podem cumprir o isolamento social por demandas econômicas e sociais. 

Raça e gênero se mostraram marcadores importantes para compreender de que forma a desigualdade socioespacial se manifesta no cotidiano da população e como elas devem orientar políticas capazes de enfrentar a exclusão. 

Além disso, a fragilidade de outras políticas sociais pode trazer deficiências ao planejamento da mobilidade urbana, a exemplo da precariedade das informações sobre as pessoas com deficiência. Isso impede que esse eixo se agregue de modo transversal e melhore a qualidade da mobilidade das pessoas que apresentam essa característica.

Garantir a segurança de todos e todas

O último bloco de debates da manhã buscou identificar os perfis mais vulneráveis no uso de meios de transporte e no cenário da mobilidade ativa e como enfrentar essas questões de maneira a democratizar o acesso sem distinções de gênero ou por presença de desabilidades.

O momento foi aberto com um vídeo, também produzido pelo Media Lab Estadão, do projeto Turma do Jiló, que destacou, entre outros fatores, como a falta de mobilidade urbana e outros direitos sociais impede o pleno desenvolvimento escolar.

O debate conduzido pelo repórter do Estadão, José Leme, contou também com Melina Risso, diretora de programas do Instituto Igarapé; Bruno Mahfuz, sócio-fundador do Guiaderodas; Bianca Bianchi Alves, especialista sênior em Transporte Urbano do Banco Mundial; e Fátima Lima, diretora de Sustentabilidade da Fundação MAPFRE no Brasil.

Entre os diversos elementos trazidos pelos debatedores, destacaram-se a acessibilidade universal (que deve incluir conforto, segurança e autonomia) e igualdade de gênero. 

Ganhou destaque a ideia de que a segurança pública não deve se restringir a uma visão reativa, concentrada no papel da polícia. É necessário pensar em uma série de políticas de promoção de segurança, a exemplo da diminuição da evasão escolar. 

Nesse sentido, passam a ser eixos importantes o planejamento do ambiente urbano e a urbanização efetiva, que devem enfrentar os elementos que já existiam, mas que a pandemia tem acentuado: violência contra a mulher e aumento da letalidade policial.

Fonte: Summit Mobilidade Estadão

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