“Todos os caminhos levam a Roma.” Você já deve ter ouvido essa frase, que faz menção ao período áureo desse império. Os caminhos a que a expressão se refere são estradas pavimentadas, algumas ainda em bom estado de conservação que, no século 300 a.C., permitiram a expansão dessa civilização.
Milênios depois, a pavimentação segue como uma estrutura fundamental para o desenvolvimento das cidades. Mas, hoje, qual a melhor opção para a construção das ruas? Conheça as três propostas de pavimento mais usadas nas cidades brasileiras – que não vão durar dois milênios, afinal, no período romano, não havia carros, caminhões, ônibus e BRTs articulados.
1. O pavimento flexível é a tecnologia mais comum
Simples, barata, com bom resultado e facilidade de manutenção, a pavimentação flexível é encontrada com muita frequência nas grandes cidades. Sua construção parte de um terreno maciço de terra, que serve de fundação, sobre o qual se deposita uma camada granular e uma sub-base. Sobre isso, depositam-se uma base, que deve resistir ao peso dos veículos, e o revestimento asfáltico, que recebe a carga maior e tem o objetivo de facilitar a rolagem.
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Essa é uma opção que exige manutenção com frequência, entretanto, quanto mais resistente for a estrutura da base, menos frequentes serão as recapagens da superfície – lembrando que uma boa construção é um investimento de longo prazo. Além disso, é uma proposta interessante em áreas recém-urbanizadas, pois o custo é baixo em relação a outros modelos e é provável que a circulação de veículos seja menor que em áreas mais estabelecidas.
2. O pavimento rígido tem a melhor durabilidade
A segunda alternativa é mais robusta: embora seja mais cara, tem uma durabilidade muito maior e a manutenção é bastante rara. Por usar placas de concreto, a via não deforma e é muito resistente ao impacto da rolagem e a combustíveis e óleos derramados por veículos.
A pavimentação rígida é ideal em vias que recebem grandes cargas, como caminhões e ônibus, e que recebem grandes cargas estáticas e de frenagem. É possível usar essa camada com sucesso em frente a pontos de ônibus, por exemplo, em que o asfalto cede com facilidade.
3. O pavimento semirrígido tem a melhor relação custo-benefício
Asfalto ou concreto: que dilema! É aí que entra a pavimentação semirrígida, oferecendo uma alternativa intermediária. Essa opção é construída com base cimentada e revestimento flexível, o que a torna mais durável que o asfalto comum e mais barata que o revestimento rígido.
Ela pode ser usada em vias de tráfego de veículos pesados, mas, por poder apresentar deformações asfálticas, seu uso não é indicado em pontos de frenagem. Um bom caminho, portanto, é usar essa opção nos trechos de rolagem simples e optar pela construção de pavimentação rígida em semáforos e pontos de ônibus. Isso otimiza os custos na construção e na manutenção futura e melhora a qualidade da via.
Outra vantagem do pavimento semirrígido é que, tal como no caso do asfalto simples, a cobertura recapada pode ser reciclada, o que faz essa alternativa ter a melhor relação custo-benefício – considerando o bolso, o trânsito e o meio ambiente – a médio e longo prazo.
São várias as questões a se considerar, por isso é importante que a pavimentação seja uma das variáveis a serem pesadas no planejamento urbano. Com a melhor opção em mãos, é possível tomar decisões otimizadas e criar uma boa estrutura por onde as pessoas vão se locomover.
Fontes: Catraca Livre, Mapa da Obra, Núcleo Conhecimento
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