Andar por São Paulo não é muito diferente de passear por outras tantas metrópoles do País. Além do problema crônico da sujeira, a estrutura de calçadas, ruas e meios de transporte impacta diretamente a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida, sejam idosos, deficientes ou mesmo pessoas com crianças de colo.
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Mas o desafio da mobilidade urbana na terceira idade é ainda maior. Isso porque, apesar de já existirem diversas leis e projetos em curso para garantir a segurança e a preparação de cidades para esse público, na prática muitos ajustes ainda são necessários para atender a essa demanda com eficiência.
Mobilidade como lei
Com grandes avanços concomitantes de ciência, medicina e tecnologia, a população brasileira tem conquistado maiores índices de longevidade a cada ano. Em 2017, o País ultrapassou a marca de 30,2 milhões idosos (IBGE) com grandes desafios para tornar as cidades efetivamente acolhedoras e sustentáveis para os cidadãos da terceira idade.
Segundo a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, a mobilidade de pessoas com 60 anos ou mais foi incluída como prioridade no Estatuto do Idoso através do Projeto de Lei n. 7061, de 2017. Segundo a nova norma, é dever do Estado garantir a estrutura adequada para a livre circulação de idosos como pedestres, motoristas ou usuários de transporte público.
O desafio em São Paulo
A Prefeitura de São Paulo afirma ter revitalizado, desde 2017, mais de 12,6 mil m² de calçadas com a instalação de rampas de acesso; mas, para os moradores da cidade, uma simples volta pelo Centro já é suficiente para perceber que esse esforço está só no começo.
A mobilidade urbana é um desafio real para os idosos, e a estrutura precisa ser pensada como um todo, desde a própria residência, suas principais necessidades de convivência, até, é claro, um transporte público mais amigável. Entre 2012 e 2017, somente nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, houve crescimento de 18,6% no número de pessoas com mais de 60 anos, e esse número tende a crescer cada vez mais.
A arquitetura das cidades precisa ser pensada não apenas com as adaptações visíveis previstas em lei, mas com as novas necessidades da população, que precisa e merece envelhecer com qualidade de vida.
Fonte: IBGE, Prefeitura de São Paulo.