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Quais são as técnicas de contenção de encostas?

No fim de novembro, uma tragédia chamou a atenção do País. Com o grande volume de chuvas, um deslizamento na BR-376, entre Paraná e Santa Catarina, vitimou duas pessoas. No local, 15 carros e seis caminhões foram arrastados pela terra que deslizou na rodovia, e os bombeiros tiveram dificuldades no resgate em razão da continuidade do tempo ruim e da estrutura local.

Com o Brasil dependendo do modal rodoviário para a maioria do transporte de pessoas e de mercadorias, o caso aumentou a preocupação. Várias estradas em más condições oferecem sérios riscos para motoristas e passageiros.

Existem diferentes formas de mitigar deslizamentos. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

A seguir, veja as técnicas utilizadas para a correta contenção de encostas.

Tipos de contenção de encostas

Muros de gravidade

O tipo mais comum de contenção de encosta são os muros de gravidade. Como o nome sugere, o objetivo é reforçar e consolidar uma inclinação, evitando deslizamentos. Também conhecida como muro de arrimo, essa técnica é indicada para terrenos com baixa capacidade de carga.

Os muros de gravidade podem ser feitos com diferentes materiais e técnicas, a depender do solo do local. Os muros de gambião, por exemplo, são feitos de pedras presas em gaiolas metálicas de fios de aço galvanizado dispostas em malhas hexagonais. A vantagem deles é ser permeável, permitindo a passagem de água, mas ainda sendo resistentes.

Muros de saco com solo-cimento, por outro lado, são mais indicados para terrenos arenosos.

Solo grampeado

Para terrenos com maior capacidade de carga, outras técnicas são necessárias, como o solo grampeado, que inclui um reforço feito por meio de um elemento semirrígido, resistente à flexão.

Para isso, primeiro é realizado um corte parcial no solo, seguido da perfuração e da inserção de uma barra de ferro. Com a barra centralizada no furo, é inserido o cimento. Por fim, a superfície é coberta com tela metálica e revestida com concreto.

Para que a obra seja exitosa, é preciso que um sistema de drenagem seja realizado antes. Essa técnica só é indicada para solos firmes; caso contrário, a terra pode escorrer pelos grampos.

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Cortina atirantada

A cortina atirantada é um dos métodos mais seguros e modernos de contenção de encostas, podendo vencer qualquer altura, porém com construção demorada e cara. O método consiste em painéis montados na vertical que são atravessados por tirantes de aço e revestidos de cimento que são instalados horizontalmente. As cortinas em si podem ser feitas de vários materiais, como placas de concreto armado, parede diafragma, perfis metálicos e concreto armado pré-moldado.

O método não pode ser utilizado em determinados tipos de solo (ou a adaptação é necessária) nem aplicado em locais onde não se permita a invasão do subsolo vizinho.

Retaludamento

Exemplo de retaludamento. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Retaludamento é uma solução de baixo custo para evitar deslizamentos que consiste em redesenhar os taludes (inclinações da terra) com terraplanagem. Por meio de cortes ou aterros, os taludes são refeitos com inclinação menor e intercalados com espaços planos.

É preciso que sejam realizadas obras de controle de drenagem, como recobertura vegetal, para que se reduza a infiltração de água no terreno e se inibam os processos erosivos.

Estacas justapostas

Esse é um método simples e rápido, porém temporário, usado para construções emergenciais enquanto se aplica um processo de longa duração. Consiste na inserção de peças de metal no formato de pranchas com encaixes para a construção de uma parede. Também é chamada de estaca prancha.

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Fonte: Wasaki, Archdaily, UFSC, aecweb, engestab, Solotrat

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