O transporte de cargas é fundamental para qualquer país, e sempre que sua estrutura evolui, características e hábitos sociais se transformam. Desde as primeiras rotas de navegação e as grandes estradas do Império Romano, cada nova tecnologia revolucionou a maneira como produtos são comercializados.
Como ocorre o transporte de carga no Brasil
Ao longo da história, diferentes países basearam sua logística em diferentes métodos de transporte, seja por condições geográficas, políticas ou de capital. No Brasil, o transporte rodoviário é predominante, mas não o único. Saiba quais são os mais utilizados por aqui.
1. Transporte rodoviário
O transporte rodoviário é preponderante no Brasil. Estima-se que 62% de todas as cargas do País sejam transportadas nesse modal. Uma das suas vantagens é a versatilidade. Comumente são transportadas cargas como commodities (principalmente grãos), perecíveis e cargas de alto valor, como eletrônicos.
Por outro lado, o transporte rodoviário causa uma série de desvantagens. Seu custo é elevado devido à necessidade do uso de combustíveis fósseis, manutenção de caminhões e estradas, acidentes e seguros.
Além disso, a queima de combustíveis fósseis é o maior causador de poluição nas metrópoles brasileiras, e a dependência desse formato de transporte dificulta a redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE).
2. Transporte ferroviário
Os trens são uma ótima opção para cargas volumosas e para viagens que não necessitam de flexibilidade no caminho. O custo é menor que o do transporte rodoviário e, normalmente, esse modal transporta cargas em grande escala ou muito pesadas como produtos siderúrgicos, minério de ferro, commodities e outros.
O grande problema do transporte ferroviário no País é a falta de investimento. Atualmente a extensão da malha ferroviária do Brasil é a mesma da década de 1920. Este ano, porém, uma boa notícia chegou ao setor: o governo federal, por meio da Medida Provisória (MP) nº 1065, de 30 de agosto de 2021, simplificou uma série de requisitos para a construção de ferrovias.
Com ela, os requerimentos para projetos são analisados diretamente pelo Ministério da Infraestrutura, sem a necessidade de um leilão de concessões. A expectativa do governo é de que sejam investidos R$ 53 bilhões ainda em 2021.
3. Transporte aquaviário
O transporte aquaviário também é muito importante no Brasil, principalmente pelo seu papel de transporte de commodities até os portos. O destaque fica para a Hidrovia Tietê-Paraná, a maior do País e uma das maiores do mundo, que escoa grãos da Região Centro-Oeste para o porto de Santos.
O custo desse modal é relativamente baixo, mas a velocidade de transporte também é. Outro grande problema é a dependência do clima e das chuvas para que navios com caiado maior — portanto com maior capacidade de carga — possam circular. Atualmente, com a crise hídrica, a Hidrovia Tietê-Paraná está com as atividades praticamente pausadas.
4. Transporte aéreo
Esta modalidade tem a vantagem de ser extremamente rápida, sendo utilizada para cargas emergenciais, como insumos médicos, perecíveis ou de alto valor agregado. Contudo, seus altos preços a tornam uma opção menos utilizada. Além disso, as cargas têm restrições de peso, tamanho e a impossibilidade de transporte de produtos de determinadas características.
Fonte: CargoX, Senado Notícias, Agência Brasil, CBIE, Maplink, Estadão.