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VLT ou BRT: qual é a melhor opção?

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Na hora de planejar a mobilidade urbana, fugir do modelo centrado no carro é a regra de ouro, mas há alternativas que podem ser adotadas quando se fala em transporte público, como VLT e BRT, que têm mais capacidade que os ônibus comuns e são menos caros e impactantes que o metrô. Conheça os prós e os contras de cada sistema e saiba qual deles melhor se adapta à realidade da sua cidade.

VLT

No Rio de Janeiro, VLTs cobrem a região central da cidade. (Fonte: Shutterstock)

Os veículos leves sobre trilhos (VLTs) estão entre as opções mais procuradas pelas cidades que desejam dar corpo ao seu sistema de transporte coletivo. Trata-se de uma versão moderna dos antigos bondes, agora mais leves, econômicos e silenciosos.

Esse modal opera sobre trilhos, e os veículos são movidos por eletricidade. É uma boa opção para integração com o metrô: alguns locais optam por um sistema híbrido de trilhos, em que o metrô é capilarizado em longas distâncias e os corredores são partilhados com o VLT na região central. Por isso, municípios que já têm o sistema subterrâneo podem usar o VLT como uma opção funcional.

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Outro benefício é o baixo custo de manutenção e a vida útil longa, cerca de três vezes maior que a de um ônibus a diesel. Por não ter motor que faça a queima de combustível, há menos peças e menor necessidade de trocar esses insumos, o que prolonga a durabilidade do veículo. Mas a principal vantagem do VLT é a taxa zero de poluição.

O impacto ambiental da energia elétrica é muito menor do que a queima de combustíveis fósseis, razão pela qual substituir ônibus a diesel por esses veículos é um ganho sustentável importante. Estudos comprovam que esse “selo ecológico” também faz diferença na opinião pública: mais pessoas tendem a deixar o carro em casa para usar o VLT, diante da pouca atração dos ônibus, considerados desconfortáveis e ruidosos.

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Como ponto negativo, o VLT não tem movimentos mais lentos. Isso faz com que o espaço entre os veículos nos horários de pico não possa ser acelerado além do limite de segurança, o que pode gerar gargalos. Além disso, por não ter uma canaleta exclusiva, é comum que o VLT precise frear constantemente para outros veículos que ocupam a pista, não tendo trânsito livre, por isso é indicado especialmente para regiões centrais, que têm velocidade reduzida.

Mas o principal problema é o custo: a implantação desse sistema é mais cara que a do BRT e não oferece a mesma capacidade de transporte. Embora em médio e longo prazos o valor tenda a ser recuperado, esse é um fator que dificulta a adesão ao VLT.

BRT

Goiânia tem BRT de padrão ouro, assim como Curitiba e Uberlândia. (Foto: Shutterstock)

O modal conhecido como ônibus de trânsito rápido (BRT) consiste em um sistema de veículos biarticulados que rodam em corredores dedicados. Embora haja adaptações, classicamente esse modelo é definido por ter a via segregada, o que aumenta a velocidade para cerca de 40 quilômetros por hora.

A estrutura viária tem pontos de ultrapassagem e prioridade em semáforos. No Brasil, apenas Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Uberlândia (MG) apresentam as características do chamado BRT padrão ouro. O sistema da capital paranaense foi escolhido como um dos 50 projetos mais influentes dos últimos 50 anos pelo Project Management Institute.

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O BRT apresenta boa relação custo-benefício, razão por que os países em desenvolvimento costumam adotá-lo — e até mesmo o Banco Internacional de Desenvolvimento recomenda essa opção. Isso se dá diante de uma ampla capacidade de passageiros (quase 50 mil por hora no mesmo sentido, 30% superior à do VLT) e custo relativamente pequeno: R$ 30 milhões por quilômetro é quase metade do valor necessário para a adoção do VLT.

Embora a largura dos veículos seja a mesma em ambas as modalidades, o BRT não exige instalação de trilhos nem viadutos ou elevados. O Brasil tem expertise nesse modal: a rede responsável pela criação dos corredores, pelos veículos e pela manutenção do sistema já está implantada no País.

A desvantagem do BRT é o impacto ambiental: tradicionalmente, os ônibus são movidos a diesel, e a redução na emissão de poluentes é um fator para o qual as cidades estão se dedicando cada vez mais. Sabe-se que os custos do adoecimento por poluição para a saúde pública também precisam ser considerados nas tomadas de decisão sobre mobilidade.

Por isso, há pela frente um caminho fértil para a adoção de BRTs elétricos, o que permitiria a melhor relação custo-benefício, considerando todas as variáveis, inclusive a ambiental. As pesquisas mais recentes têm procurado resolver gargalos do modal, como o desenvolvimento de baterias com maior capacidade de armazenamento.

Fonte: Via Trolebus, Mobilize, ArchDaily

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