Possibilitar que 1,4 bilhão de pessoas se locomovam em um país continental, além de permitir que elas se desloquem dentro de metrópoles que podem ter mais de 20 milhões de habitantes não é tarefa fácil.
Por isso, a China investiu pesado nas últimas décadas na modernização de seus sistemas de transporte, incluindo aeroportos e trens de alta velocidade para deslocamento entre os centros urbanos e eficientes sistemas de ônibus e metrôs.
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A China tem mais de 100 aeroportos, entre os quais 2 dos 10 mais movimentados do mundo. O Aeroporto Internacional de Pequim-Capital (PEK) recebeu mais de 100 milhões de pessoas em 2019, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Atlanta Hartsfield-Jackson, nos Estados Unidos, em número de passageiros.
Também é possível se movimentar dentro do país por uma moderna rede de trens de alta velocidade. Com mais de 30 mil quilômetros de linhas, a China tem mais trens desse tipo que a soma do resto do mundo inteiro.
Uma das linhas mais recentes faz o caminho de 170 quilômetros entre Pequim e Zhangjiakou em apenas 45 minutos com trens que se movem a 350 quilômetros por hora.
O boom dos metrôs
A primeira linha de trens urbanos começou a operar em 1969 em Pequim. Na década de 1990, outras grandes metrópoles chinesas, como Xangai e Guangzhou, inauguraram seus sistemas.
Depois disso, com o enorme crescimento da economia do país, nos anos 2000, houve um salto no número de metrôs, com a inauguração de novas linhas e ampliação das antigas. Mais de 30 cidades têm metrô por lá; no Brasil, em comparação, são 7.
Alguns dos metrôs da China estão entre os maiores e mais movimentados do mundo. Os sistemas de Xangai e Pequim, por exemplo, têm em torno de 600 quilômetros e mais de 300 estações cada um. O metrô de São Paulo, o maior do Brasil, tem aproximadamente 100 quilômetros de extensão e 90 estações.
Considerando que os metrôs são extremamente caros e demandam obras enormes, é possível observar um ritmo menor de construções nos últimos anos. Mesmo assim, o governo central da China pretende levar esse meio transporte para um número cada vez maior de cidades fora das grandes metrópoles; a ideia é que as obras atraiam trabalhadores para morar nesses locais.
Ônibus também têm espaço
Outra solução bastante utilizada para a mobilidade urbana nas grandes metrópoles chinesas foi um case de sucesso no Brasil: o sistema de ônibus de trânsito rápido (BRT) adotado em Curitiba (PR).
Embora dezenas de cidades chinesas tenham aderido ao sistema desde o fim dos anos 1990, o BRT mais conhecido é o de Guangzhou: com 22 quilômetros de extensão, transportando mais de 800 mil passageiros por dia.
Outra cidade que integrou o metrô ao sistema BRT foi Urumqi, a maior da região noroeste do país, com 2,5 milhões de habitantes. Além da primeira linha de metrô, inaugurada em 2018, tem sete corredores de BRT que atendem a mais de 350 mil passageiros por dia.
Os ônibus comuns também são muito utilizados na China. Na maioria das cidades, eles têm dois andares para acomodar o enorme número de passageiros. O interessante é que as tarifas podem ser pagas por meios eletrônicos, como Alipay (da empresa de tecnologia Alibaba) e WeChat (rede social chinesa).
Além disso, vale a pena destacar o exemplo de Shenzhen. Em 2018, tornou-se a primeira cidade com 100% dos seus ônibus elétricos, além de ter a maior frota desse tipo de transporte no mundo.
São 16 mil veículos para atender a mais de 12 milhões de habitantes. O projeto de modernização da frota começou em 2009 e contou com ajuda do governo central da China.
Fonte: Airports Council International, The Guardian, Railway Technology, China Daily, CityLab, The City Fix, Quartz, WRI China.
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