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Como reduzir acidentes com bicicletas no Brasil?

Cada vez mais brasileiros têm aderido às bicicletas, mas a falta de políticas públicas que garantam a segurança de quem pedala tem levado ao aumento no número de acidentes nas vias. 

Só no último ano, entre os meses de janeiro e julho, o estado de São Paulo registrou 238 mortes envolvendo bicicletas, o maior percentual registrado nos últimos 5 anos.

Neste mês, marcado pela campanha Maio Amarelo, que visa chamar a atenção para o número de mortos e feridos no trânsito, o Estadão Summit Mobilidade Urbana traz à luz o seguinte debate: como reduzir os acidentes com ciclistas no Brasil? 

Confira algumas soluções.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Brasil existem cerca de 41 milhões de bicicletas. (Icetran/Reprodução)

1. Investimentos na infraestrutura das cidades

Segundo o Ipea, existem cerca de 41 milhões de bicicletas no Brasil. Dessa forma, a criação e a manutenção de espaços físicos para o deslocamento de bikes, como as ciclofaixas e ciclovias, são extremamente necessárias para a redução do número de acidentes com esse tipo de veículo. Esses recursos segregam os ciclistas dos veículos motorizados e fornecem confiança para que mais pessoas comecem a utilizar a bicicleta como meio de locomoção — o que consequentemente acalma o trânsito e torna as ruas menos perigosas. 

Os investimentos na infraestrutura também devem permitir que as cidades se tornem cada vez mais compactas e conectadas, reduzindo as distâncias das viagens e impulsionando o transporte coletivo, ao passo que ocorre a desestimulação do uso do veículo particular. 

2. Redução da velocidade nas vias urbanas

Os ciclistas se tornaram as maiores vítimas do trânsito durante a pandemia provocada pelo Sars-CoV-2. (Bruno Alencastro / Agencia RBS/Reprodução)

Segundo o relatório Sustentável e Seguro, lançado pelo WRI Ross Center for Sustainable Cities e pelo Banco Mundial, para cada aumento de 1% na velocidade, há um aumento de 4% nos acidentes fatais. A redução da velocidade nas vias urbanas é uma medida simples que favorece todos os agentes envolvidos no trânsito, reduzindo o número de acidentes e mortes. 

Para isso, limites de velocidades podem ser estipulados e ruas se tornarem mais inteligentes com a inserção de lombadas, travessias elevadas e extensões do meio-fio.

3. Educação no trânsito

A educação no trânsito tem reduzido acidentes de forma significativa em diversos países, como é o caso da Nova Zelândia, que conseguiu reduzir o número em expressivos 25%. 

O conhecimento do trânsito deve ser introduzido nas escolas ainda durante a adolescência, para que competências sejam trabalhadas e possibilitem a criação de motoristas adultos seguros e bem treinados no futuro.

No Brasil, o código de trânsito, por meio do artigo 76, diz que a educação para o trânsito deve acontecer desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, mas infelizmente ainda faltam iniciativas governamentais para que a ação seja colocada em prática. 

A educação também deve incluir os profissionais das áreas de trânsito, visto que muitos deles sofrem com a falta de capacitação técnica e a não padronização de processos e normas educacionais — produzindo motoristas com déficit de conhecimento no que tange aos riscos e às normas de trânsito. 

Profissionais da Saúde (como bombeiros e motoristas de ambulâncias), taxistas, técnicos do urbanismo e outras profissões também devem ser incluídos nesse processo. 

Fonte: Observatório da Bicicleta, WRI Brasil, Portal do Trânsito.

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