Em 10 de agosto de 1893, o engenheiro mecânico Rudolf Diesel fez uma descoberta que mudaria o futuro dos combustíveis. A partir do óleo de amendoim, o inventor criou o biodiesel, útil para fazer que motores à combustão pudessem funcionar.
Para proteger a propriedade intelectual do seu invento, ele patenteou tanto o combustível quanto o motor em fevereiro de 1897. Porém, foi somente na feira mundial realizada em Paris, no ano seguinte, que a descoberta tornou-se pública.
Com o passar do tempo, o biodiesel passou a ser largamente usado. Tanto que, a partir de 1920, foi incorporado, inclusive, na indústria náutica, sendo usado para fazer os navios se locomoverem. Depois, foi a vez dos trens e dos caminhões.
Desde então, sempre em 10 de agosto é comemorado anualmente o Dia Internacional do Biodiesel. A seguir, entenda o que é esse combustível e como ele é produzido no Brasil.
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Dia Internacional do Biodiesel: de que esse combustível é feito?
Como o próprio nome sugere, a matéria-prima do biodiesel é de origem vegetal, sendo portanto uma ótima alternativa para substituir os combustíveis fósseis, como o petróleo, que não são renováveis.
O biodiesel é considerado, assim, uma fonte de energia renovável, sendo a quarta mais utilizada em todo o mundo.
Para ser produzido, o biodiesel passa por um processo químico, chamado de transesterificação. Nele, gorduras tanto de origem animal quanto vegetal reagem com tipos de álcoois e catalisadores. Dessa reação, surgem o éster e a glicerina.
É o éster que, após ser purificado, é transformado em biodiesel. No Brasil, costuma-se por legislação adicionar, ainda, aditivo antioxidante, para evitar o processo de oxidação nas bombas de combustíveis dos postos.
Já a glicerina é utilizada por várias indústrias, que produzem desde cosméticos a alimentos, entre outros bens de consumo.
Quais matérias-primas são usadas para fazer biodiesel no Brasil?
Pelas bandas daqui, o biodiesel pode ser feito através de várias plantas. Entre elas, destacam-se a soja, o milho, a canola, o amendoim, o babaçu, o algodão, o dendê, a mamona, entre outros tipos, bem como gorduras de origem animal diversas, como sebo de aves.
O País está entre os cinco maiores produtores de biodiesel do mundo. Apenas em novembro de 2020, foram produzidos 151 milhões de metros cúbicos, de acordo com dados divulgados em relatório produzido pela US Energy Information Administration.
O que é melhor: combustíveis fósseis ou biodiesel? Conheça as vantagens
Agora que você descobriu mais sobre o Dia Internacional do Biodiesel, entenda as vantagens desse tipo de combustível em comparação com a gasolina e o diesel derivado do petróleo:
É biodegradável e menos tóxico
Em comparação com os combustíveis de origem fóssil, o biodiesel tem uma toxicidade menor, além de ser biodegradável.
Assim, em um eventual acidente que envolve vazamentos deste componente no meio ambiente, será menos prejudicial à flora e fauna.
Outro fator a ser ressaltado é que a queima do biodiesel é, em certa medida, mais limpa, se comparada com o diesel tradicional. Logo, com menos emissão de gases e de partículas de óxido de nitrogênio — que também são liberadas com a queima de combustíveis fósseis —, o ar fica menos poluído e preserva-se a saúde respiratória das pessoas.
Fonte renovável
Como explicado anteriormente, um dos principais diferenciais do biodiesel frente aos combustíveis que utilizam fontes fósseis está o fato de ser renovável e, portanto, mais sustentável. No caso da fonte fóssil, como o petróleo, são necessários milhões de anos para que ele seja constituído.
A partir da matéria-prima usada na produção do biodiesel, que pode ser plantada, criada ou reciclada, a origem dos insumos é mais facilmente acessada.
Óleos de cozinha, por exemplo, também entram no rol de insumos usados para desenvolver biodiesel, estimulando seu descarte correto e posterior reciclagem, com menos impactos no meio ambiente.
Contudo, é necessário ter certo cuidado com a natureza, sobretudo com questões relacionadas ao desmatamento, medida geralmente tomada para plantar a matéria-prima em larga escala.
Diminuição do efeito estufa
O biodiesel emite um índice menor de gases que geram o efeito estufa, diferente das outras opções de combustíveis, que queimam mais para gerar a combustão, agredindo a atmosfera.
No geral, ao longo da fase de germinação e de crescimento, as plantas usadas no processo de fabricação do biodiesel absorvem uma quantidade de dióxido de carbono, o CO2. Portanto, de certa forma, esse fator compensa as emissões ocorridas no uso do biodiesel nos automóveis.
Melhora a segurança energética
Como o Brasil é um dos países produtores de biodiesel, estimular seu uso por parte dos motoristas pode beneficiar a economia nacional. Outro ponto é que, ao produzir matérias-primas em solo brasileiro, setores como a agricultura recebem mais vantagens.
Outro ponto positivo com isso é que o País, consequentemente, torna-se menos dependente de importações de combustíveis em razão de sua eficiência energética.
Fonte: U.S. Energy Information Administration