Uma iniciativa implementada pela gestão do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA), tem chamado atenção e pode ser estendida a outras organizações. A ideia é simples e aposta na boa e velha bicicleta para deslocamentos cotidianos.
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A instituição tem incentivado os colaboradores a usarem esse modal no dia a dia, o que pode trazer benefícios do ponto de vista financeiro, ambiental e de saúde física e mental de quem é exposto a jornadas estressantes, sobretudo no período de pandemia.
Pedalar
A iniciativa renderia bons frutos em qualquer empresa, uma vez que há uma série de benefícios, mas no caso de profissionais que lidam com o sofrimento de crianças com doenças graves isso é ainda mais importante, já que eles acabam tendo uma sobrecarga de estresse em relação a outras ocupações, mesmo em comparação às demais áreas de atuação no campo da saúde.
Micromobilidade: por que a bicicleta é o meio mais saudável?
A ideia surgiu em referência ao Dia Nacional do Ciclista, comemorado em 19 de agosto, e foi formulada pelas áreas de medicina do trabalho e sustentabilidade da organização. A primeira iniciativa foi dar voz a quem já conhece os benefícios de pedalar: trabalhadores que usam essa forma de transporte ou têm na bicicleta uma maneira de lazer tiveram espaço para contar aos demais os pontos positivos da prática, principalmente no que se refere à saúde física e mental.
Além disso, o hospital disponibilizou um bicicletário e estruturou o vestiário para dar condições para os colaboradores que desejarem tomar banho antes de iniciarem a jornada, o que é especialmente importante em uma cidade quente como a capital paraense.
4 benefícios de caminhar pela cidade
Em um primeiro momento, 20 trabalhadores aceitaram o desafio, mas o hospital espera que a campanha gere uma cultura de ciclomobilidade que possa ganhar novos adeptos, sobretudo durante a pandemia.
Belém
Motivos não faltam para colocar a bike na rua. Segundo dados da Prefeitura de Belém coletados por meio da pesquisa Perfil do Ciclista 2018, a principal razão é a praticidade: 53,2% dos habitantes da cidade usam a bicicleta como meio de transporte urbano pela rapidez.
Em Belém, os congestionamentos, principalmente em horário de pico, são comuns e se devem em grande medida à falta de planejamento urbano. O ônibus de trânsito rápido (BRT) da cidade é um exemplo, pois não tem uma série de características típicas dos locais que fizeram desse modal uma aposta estratégica.
As outras duas principais razões para o uso da bike no cotidiano foram o baixo custo (19,7%) e o cuidado com a saúde (17,2%). Apenas 2,2% dos entrevistados apontaram o meio ambiente como motivador para tirar a bicicleta de casa.
Cuidar de quem cuida
Pessoas com doenças crônicas graves ou quadros agudos severos, a exemplo do que ocorre com muitos pacientes oncológicos, demandam uma série de cuidados e atenção mais próxima. Por isso, é frequente que haja políticas de cuidado voltadas especificamente para quem trata desses pacientes.
No caso do programa de incentivo ao uso da bicicleta, têm-se um combo de benefícios: o exercício físico é capaz de ofertar saúde e bem-estar físico e mental, além de ser financeiramente interessante. Outro aspecto importante é dar a quem pedala um senso de grupo, já que foram vários os profissionais que optaram por pedalar e podem, portanto, trocar experiências sobre a atividade.
Fonte: Medicina SA, Diário Online, Rev Rede Câncer, Prefeitura de Belém, Pro-Saúde