Muito do que as pessoas fazem é influenciado pelo espaço ao redor. É o que defende a psicologia ambiental, um ramo da psicologia que estuda a relação do sujeito com o ambiente.
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Segundo a vertente, essa relação faz com que o comportamento dos indivíduos seja diretamente influenciado pelo local em que vivem, indicando que a paisagem tem grande influência no cotidiano e na forma de usar a cidade.
Mediante essa visão, é possível pensar em um planejamento urbano que seja capaz de compreender a integração entre sujeito e espaço e, a partir disso, aprimorar a mobilidade urbana e proporcionar mais qualidade de vida para a população.
Psicologia ambiental e espaço público
A psicologia ambiental deu seus primeiros passos na reconstrução das cidades após a Segunda Guerra Mundial, com a ideia de que era preciso criar espaços que trouxessem bem-estar aos moradores, pensando em como o ambiente impactaria o comportamento da população.
Com o avanço dos estudos na área, foi possível perceber que há uma relação entre humanos e meio ambiente: de um lado, o comportamento dos cidadãos afeta o ambiente com qual interagem; por outro, o ambiente afeta o comportamento e as ações dos sujeitos.
Um exemplo disso é o fato de que, em algumas áreas, quem precisa percorrer determinado trajeto e poderia fazê-lo a pé acaba preferindo usar um meio de transporte para ter mais segurança, seja por medo da violência, seja em outros casos, porque a via não permite que se trafegue com tranquilidade, por exemplo.
Para a psicologia ambiental, as pessoas fazem usos específicos de algumas áreas e precisam que esses lugares sejam prazerosos. Entender o sentimento de pertencimento em uma região e compreender a identidade desse espaço propicia a criação de um ambiente favorável à mobilidade e às inter-relações.
Para que isso seja possível, o setor público deve estar atento à percepção que os cidadãos têm da estrutura das cidades. É importante mudar o comportamento da população, ajustando o ambiente para torná-lo mais agradável para ser transitado: é isso que propõe, por exemplo, o conceito de ruas completas.
Ruas completas
O termo ruas completas se refere a lugares planejados e construídos de forma democrática. A ideia é proporcionar boas experiências para os sujeitos que usam, de alguma forma, tal região. Pensando na mobilidade urbana, essas ruas têm como prioridade oferecer espaços favoráveis para o tráfego de transportes coletivos, bicicletas e pessoas a pé. O aspecto mais importante do conceito é tornar as ruas não apenas um lugar de passagem mas também onde as pessoas possam ficar e usufruir das possibilidades que a área oferece.
As ruas completas também visam ao uso do solo de maneira democrática, misturando casas, serviços e comércios para criar um ambiente harmonioso e que flua para o proveito dos moradores e dos transeuntes. Esse compartilhamento dos espaços, para trazer mais igualdade e segurança, transforma a maneira como o indivíduo percebe o ambiente e, por consequência, muda o seu comportamento ao se relacionar com uma paisagem que oferece mais prazer e qualidade de vida.
Fonte: WRI BRASIL, PEPSIC.
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