Trólebus ou troleibus é um ônibus movido a energia elétrica que é acessada por duas hastes que se conectam com cabos dispostos sobre o trajeto do veículo. O modelo de funcionamento é baseado nos antigos bondes e se difere dos Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) por andar sobre rodas e não necessitar de trilhos.
Modelos de trólebus foram bastante populares no Brasil a partir da década de 1970, e algumas cidades ainda usam esse modal. Agora, novos modelos chegam ao mercado e levantam esta questão: ainda há espaço para esse veículo dentro das novas demandas de mobilidade urbana?
Solução para o futuro pode vir do passado
Com o debate sobre as mudanças climáticas ganhando força e se tornando um consenso, cidades do mundo todo lutam para adequar suas realidades a práticas mais saudáveis para o meio ambiente.
Segundo dados apresentados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26), o dióxido de carbono (CO2) representa 60% dos gases causadores de efeito estufa presentes na atmosfera. Nas grandes cidades, os maiores emissores do gás são os veículos movidos a combustíveis fósseis.
Ironicamente, uma das soluções para o futuro pode vir do passado: os trólebus. Estes, que já foram destaques em diversas cidades do Brasil, vêm ganhando um novo protagonismo na mobilidade urbana. Diversas cidades da América do Norte e da Europa vêm aplicando novas tecnologias a esses veículos para superar algumas de suas dificuldades.
No Brasil, São Paulo teve um dos sistemas de trólebus mais desenvolvidos. No ano 2000, a cidade contava com mais de 500 trólebus. Atualmente, são 200 em circulação e que transportam 70 mil passageiros diariamente.
A capital paulista, bem como Salvador, Recife e Belo Horizonte foram deixando de usar o modal pela dificuldade de manutenção dos veículos, que eram majoritariamente importados.
Entre as maiores dificuldades no uso cotidiano do trólebus está o fato de que as hastes que se conectam com os cabos de energia limitam a mobilidade do veículo. Alguns modelos mais antigos exigiam que as hastes fossem operadas manualmente para se trocar de cabos durante a rota. Atualmente, tudo é automatizado. Além disso, os novos modelos têm baterias muito menores do que as de ônibus elétricos, que permitem maior autonomia para manobras.
Vantagens sobre ônibus elétricos e convencionais
Especialistas afirmam que os trólebus são muito mais efetivos para conter a poluição do que os ônibus elétricos, pois sua necessidade de bateria é bem menor.
Enquanto os elétricos precisam de grandes baterias, que demoram de 2,5 a 3 horas para carregar, os trólebus são carregados enquanto operam. As baterias de veículos convencionais têm vida útil de 5 a 8 anos e seu descarte ainda é um problema para o setor, pois poucas empresas conseguem reciclá-las. Além disso, há uma preocupação sobre como se fará a logística do carregamento dos ônibus se todos forem trocados por veículos elétricos.
Em comparação a ônibus convencionais, o trólebus têm uma série de vantagens. Apesar do custo inicial ser até três vezes maior, durante a vida útil, pela eliminação da necessidade do uso de combustíveis, estima-se uma economia de 60%. Além disso, não há poluição com gases nem poluição sonora. Os trólebus também são mais leves e causam menos danos às malhas viárias.
Obviamente, o modal tem suas limitações: ele precisa se mover em corredores retos para ter uma melhor performance, por exemplo. Por isso, o sistema ainda é engessado, mas é consenso que, para a melhora da mobilidade urbana, não se pode investir exclusivamente em um modal. É preciso variedade, e a cada nova experiência o trólebus vem mostrando que pode ser uma adição ao time de boas práticas das cidades mais verdes.
Fonte: Plamurb Blog, Diário do Transporte, Mobilize, Via Trolebus, Mobilitas, Eletrabus.