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O que são os eletrocombustíveis?

A substituição dos combustíveis fósseis faz parte da estratégia global para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Nesse cenário, a mobilidade urbana sustentável tem sido o foco de muitas empresas e indústrias desse setor.

A nova aposta no mercado de automóveis consiste em usar a tecnologia a favor dessa transição ecológica, investindo na fabricação de combustíveis sintéticos, também conhecidos como eletrocombustíveis.

Essa solução é uma saída para os motores a combustão, que finalmente terão espaço no futuro ao lado dos veículos elétricos. Grandes empresas do ramo de petróleo estão direcionando seus investimentos à produção de eletrocombustíveis para amenizar os impactos gerados por aviões, navios e automóveis, sem precisar substituir seus motores tradicionais. 

Os combustíveis sintéticos permitem que a gasolina seja substituída com a mesma eficiência, sem a necessidade de utilizar motores adaptados ou modificados. Portanto, assim como o Etanol cumpre o seu papel sustentável no Brasil, empresas europeias querem dar mais atenção aos eletrocombustíveis. 

O que são os eletro combustíveis e como eles são produzidos

Os combustíveis sintéticos permitem que a gasolina seja substituída com a mesma eficiência, sem a necessidade de utilizar motores adaptados ou modificados. (Fonte: Shutterstock)

Em resumo, os combustíveis sintéticos são feitos pela mistura de hidrogênio – derivado de fontes renováveis – com dióxido de carbono capturado, criando assim uma versão “neutra em carbono” dos combustíveis tradicionais, como gasolina, diesel e querosene.

Apesar de a proposta ser um respiro para os veículos com motores de combustão comum, a tecnologia não é recente. Há quase um século, os pesquisadores alemães Franz Fischer e Hans Tropsch desenvolveram um método de criação de petróleo sintético que ficou conhecido como síntese Fischer-Tropsch.

O projeto utilizou a mistura de monóxido de carbono com hidrogênio, que pode ainda ser mesclado com combustíveis convencionais ou substituí-los totalmente. No entanto, desde o descobrimento desse método, o custo para a criação dos combustíveis sintéticos sempre foi a maior barreira para a expansão da tecnologia.

Atualmente, os eletrocombustíveis têm um custo de produção de quatro a seis vezes maior do que os combustíveis convencionais. Para transformar esse cenário, é importante que os órgãos governamentais e as empresas dessa indústria comecem a explorar essa alternativa, trazendo mais viabilidade para a produção, para a comercialização e para o consumo em larga escala.

O futuro da mobilidade urbana sustentável

Diante do apelo mundial por alternativas sustentáveis, as grandes empresas já estão adentrando esse mercado com mais ousadia. Na Espanha, por exemplo, a petrolífera Repsol está investindo 60 milhões de euros – o equivalente a cerca de 370 milhões de reais – na construção de uma usina de combustíveis sintéticos que usa o CO2 capturado em uma refinaria de petróleo próxima a Bilbao.

O projeto deve entrar em operação em 2023 e promete produzir 50 barris de combustível por dia durante a fase-piloto e, em seguida, aumentará a escala para realizar a distribuição comercial ao setor de transportes. 

A empresa americana Exxon Mobil também está entrando nessa corrida, comprometendo-se a investir 3 bilhões de dólares – mais de 15 bilhões de reais – até 2025 em tecnologias de baixa emissão, como captura e armazenamento de carbono. A empresa também iniciou uma parceria com a Porsche para testar os combustíveis sintéticos em carros. 

Na Europa, a Associação Sistema Terrestre Sustentável em conjunto com 16 associações enviou uma carta para a Comissão Europeia enfatizando a importância dos combustíveis sintéticos, ou eletrocombustíveis, para o futuro sustentável da navegação, da aviação e da mobilidade urbana.

“Os combustíveis sintéticos oferecem um futuro limpo para os setores de transporte e aviação, mas também para a indústria de combustíveis”, afirmou Delphine Gozillon, da T&E.

Empresas como Audi e Bosch também estão trabalhando para produzir eletrocombustíveis. A montadora alemã produziu o seu primeiro lote de combustível sintético há cinco anos, chamado de E-benzin. 

De acordo com a Audi, além de reduzir a emissão de poluentes, esse tipo de tecnologia apresenta um alto percentual de octanagem, o que ajuda a melhorar o desempenho dos veículos.

Fonte: Green Savers, Mobilize.

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