Para se achar a solução de um problema, não é necessário “inventar a roda”, mas saber usá-la corretamente pode fazer a diferença. Esse é o caso da bicicleta, que garante hoje deslocamento rápido, saudável e ecológico em todo o mundo. Mas onde ela surgiu? Quem teve a ideia de andar sobre duas rodas pela primeira vez?
Para saber tudo sobre a história da magrela, suba na garupa e faça esse percurso com o Estadão Summit Mobilidade Urbana.
Da Vinci inventou a primeira bike do Ocidente
Se você usa bike em seu cotidiano, saiba que o modelo atual é muito diferente das bisavós dele. Ao longo do tempo, o veículo se transformou e foi redimensionado sob diversos aspectos até chegar ao formato que usamos hoje.
A primeira pessoa a pôr a ideia de uma bicicleta no papel foi ninguém menos que Leonardo da Vinci. Conhecido pela genialidade e pelo espírito inventivo, o italiano desenhou um veículo que seria capaz de voar (como tantos outros projetos dele). Na época, não havia grandes estradas, e as cidades não passavam de pequenas vilas distantes umas das outras, por isso o cavalo continuou sendo o meio de deslocamento mais comum.
Desenvolvida na obra Código Atlântico, a bike do inventor ganhou vida na exposição “Leonardo 3 — O mundo de Leonardo”, organizada por um museu em Milão (Itália) em 2017. Sem que houvesse um protótipo de outra bike no mundo, a posição em que o italiano desenhou o “aerociclista” se parecia bastante com o uso atual.
Karl Drais tirou a ideia do papel
Da Vinci não conseguiu tirar a ideia do chão — nem do papel —, mas sua obra foi inspiradora para outros inventores, que permitiram à bicicleta ganhar o mundo. Um exemplo disso é o celerífero (ou draisiana), desenvolvido em 1817 por Karl Christian Ludwig Drais von Sauerbronn.
Se você ficou sem fôlego ao ler o nome do barão alemão é porque ainda não viu o modelo de sua bike. Ela tinha uma enorme estrutura em madeira e rodas de ferro pesadíssimas, o que acabava dificultando o uso cotidiano da draisiana, mas mesmo assim ela fez algum sucesso. Porém, sua principal importância não está nela, em si, e sim em trazer novamente a ideia de um veículo urbano para uma Europa industrial.
Duas décadas depois, o ferreiro escocês Kirkpatrick Macmillan inventou o movimento por pedais. E foi em 1864, na fábrica de Pierre Michaux, que a bicicleta com a propulsão de hoje foi produzida em escala maior. O francês a chamou de velocípede, e foi assim que ela ganhou as ruas. Abaixo, a imagem ajuda a identificar a evolução do meio de transporte.
Lu Ban criou as primeiras bikes do Oriente há 2 mil anos
Se você imagina as ruas chinesas ocupadas por milhares de bicicletas, saiba que isso é verdade. Segundo os asiáticos, isso não se deve a um interesse súbito pela invenção europeia, e sim porque a primeira magrela teria vindo daquela cultura milenar. De acordo com os chineses, a bicicleta foi inventada há 2,5 mil anos por Lu Ban; por isso, a não ser que você acredite em reencarnação, a bike não nasceu com Da Vinci.
Uma saída para o impasse é que haja mais de um inventor para a bicicleta. E isso não é algo assim tão difícil. Sem comunicação por séculos, a China e a Europa podem ter criado uma série de dispositivos para melhorar a vida em sociedade ao mesmo tempo. O mesmo ocorreu com os povos pré-colombianos nas Américas.
Outra hipótese possível é que Da Vinci tenha planejado sua bicicleta voadora a partir de relatos de viajantes. O italiano viveu na virada dos séculos 15 e 16, exatamente o período em que Portugal e Espanha se lançaram a grandes navegações atrás de especiarias. E um marinheiro fofoqueiro pode ter dado com a língua nos dentes e motivado o inventor.
Seja qual for a versão mais verossímil, o fato é que a bicicleta veio para ficar. Não faltam motivos para levar a magrela para passear, sobretudo durante a pandemia, já que ela é um dos meios de transporte mais seguros. Por isso, “pernas, pra que te quero”.
Fonte: eCycle, Draisiana, Pedalada Saudável, Mobilize, Ciclo Vivo, Central Florestal, Conexão China.