Paulo Mendes da Rocha, um dos maiores nomes da arquitetura mundial, faleceu aos 92 anos no final de maio, após lutar contra um câncer de pulmão. Os projetos do arquiteto questionavam ideias prontas e o conformismo, marcando a paisagem de cidades do Brasil, especialmente São Paulo, e do mundo.
Paulo Mendes Rocha recebeu importantes prêmios, como o Leão de Ouro de Veneza (2016), Imperial do Japão (2016), a Medalha de Ouro do Royal Institut of British Architects (2017) e a Medalha de Ouro pela União Internacional de Arquitetos (2021), além do Prêmio Pritzker (2016), considerado o Nobel da Arquitetura.
Expoente da chamada “escola paulista”, grupo de arquitetos modernistas liderado por Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha foi o responsável por projetos como o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, o Museu Brasileiro da Escultura (Mube), a reforma da Pinacoteca do Estado, o Sesc 24 de Maio e o Museu da Língua Portuguesa. Conheça 4 legados de Paulo Mendes da Rocha para o urbanismo brasileiro.
1. Parque Cecap
Ao lado dos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Fábio Penteado, Paulo Mendes da Rocha esteve à frente do projeto do Conjunto Habitacional Zezinho de Magalhães, conhecido como Parque Cecap, em Guarulhos, construído entre 1968 e 1972.
O projeto é composto de edifícios padronizados de forma industrial sobre pilotis, com três pavimentos lineares e também com serviços como escolas e comércios, além de plantas livres, estruturas independentes e extensas áreas de parques e jardins.
2. Estádio Serra Dourada
Um dos cartões-postais de Goiânia, o estádio Serra Dourada foi projetado para dar uma visão ampla do gramado e dos torcedores. Para isso, foram instaladas marquises de cobertura das arquibancadas com vãos livres de 48 metros, acompanhando o desenho da estrutura.
No interior do estádio, o arquiteto projetou dois grandes jardins para dialogar com as áreas verdes externas. Pilares redondos dispostos proporcionalmente trazem uma sensação de harmonia para o edifício construído em concreto armado.
3. Pórtico da Praça do Patriarca
O pórtico metálico da Praça do Patriarca oferece uma cobertura de 40 metros em vão e marca os limites entre o centro velho e o novo, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
A estrutura da peça assemelha-se a uma casca composta por nervuras internas parecidas com a asa de um avião, recobertas por chapas metálicas. Apoiada em dois trechos e travada por tensores para não pender, a estrutura também conta com uma calha que capta a água de chuvas.
4. Cais das Artes
Localizado em Vitória, cidade natal de Paulo Mendes da Rocha, o Cais das Artes prioriza o diálogo entre a construção e o oceano. Para valorizar a vista para o mar, o arquiteto suspendeu os edifícios do solo.
O projeto, que foi um dos destaques da Bienal de Arquitetura de Londres, prevê uma construção em formato de navio com área de projeção de cerca de 150 metros de comprimento por 25 metros de largura. Além disso, a obra, que ainda está em construção, abrigará um museu e um teatro.
Fonte: CAU/Pará, Anual Design.