Especulação imobiliária é o processo de obtenção de lucro pela compra de imóvel ou terreno para futura venda. O investidor adquire o imóvel para revendê-lo na expectativa de que o valor de mercado aumente durante o tempo decorrido. Apesar da conotação negativa, a especulação não é crime. Mesmo assim, ela pode ser nociva para cidades e moradores das regiões afetadas.
Comprar um terreno ou imóvel é, quase sempre, um bom investimento, afinal a constante busca por moradia e o crescimento ininterrupto das cidades provavelmente farão o valor aumentar, gerando lucro. Quem compra um imóvel, porém, não é um especulador. Esse termo é reservado para pessoas ou empresas que se especializam nesse tipo de negócio e podem usar técnicas questionáveis para investir.
Uma das práticas criminosas realizadas nesse sentido é conseguir informações privilegiadas do governo sobre obras de infraestrutura em determinadas regiões. Assim, especuladores compram imóveis por valores irrisórios, os quais se valorizam após as obras. O aumento do valor é gerado pelo investimento público, porém o lucro é privatizado.
Outra prática questionável é a compra predatória em determinada região, o que torna os imóveis escassos e, pela lei da oferta e procura, faz os valores subirem. Várias cidades criaram leis para impedir esse tipo de negociação, afinal isso impede que os imóveis cumpram a função social prevista em várias constituições, inclusive na brasileira.
A especulação imobiliária aumenta o preço dos imóveis, muitas vezes de forma artificial. Via de regra, esse fenômeno prejudica os moradores e favorece outro fenômeno urbano, conhecido como gentrificação.
Gentrificação é o fenômeno de saída de moradores de uma área da cidade devido à chegada de classes sociais mais ricas. Os novos contingentes populacionais se instalam e aumentam o preço de serviços, aluguéis e imóveis. Assim, os moradores originais precisam ir para regiões cada vez mais periféricas.
Infelizmente, nesses processos, a chegada da infraestrutura urbana a áreas residenciais populares acaba expulsando para mais longe dos centros a população que mais precisa de acesso. Essa é uma das questões que dificultam uma mobilidade urbana mais inclusiva e democrática nas cidades.
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