Sabia que o Brasil é altamente dependente do modal rodoviário, seja para transporte de pessoas, seja de cargas? Vamos entender melhor o que significa esse termo!
Modal rodoviário é o tipo de transporte realizado em meio terrestre, por estradas. No Brasil, esse é o modal predominante. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ele é responsável pelo transporte de mais de 60% das cargas no País e pelo deslocamento de 75% da população.
O primeiro modal de grande importância no transporte de cargas no Brasil foi o ferroviário. Iniciado pelo Barão de Mauá, em 1854, o modal chegou ao ápice de extensão em 1960, quando existiam 38.287 km de ferrovias no País. Após uma série de erros de projetos, falta de integração e interferências política e privada, as ferrovias foram perdendo a importância no Brasil.
Na década de 1940, os automóveis começaram a invadir o País, e as estradas começaram a ser expandidas e melhoradas para comportá-los. Com forte lobby política e de empresas estrangeiras, as rodovias viraram prioridade no Brasil a partir do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Logo, as estradas se tornaram a melhor opção para o deslocamento de passageiros e de cargas no Brasil. Atualmente, o nosso país conta com 1,8 milhão de quilômetros de rodovias, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Apesar da sua importância, como qualquer modal, o rodoviário tem uma série de vantagens e desvantagens. Entre os principais trunfos estão a capacidade de adaptabilidade de rotas, maior versatilidade para comportar diferentes tipos de entrega, ampla rede de rodovias que permitem chegar a todo o País e facilidade na contratação e no gerenciamento.
Porém, o modal rodoviário apresenta uma série de desvantagens em relação aos seus concorrentes. Um dos principais problemas é o alto custo, já que os veículos são, majoritariamente, movidos a combustíveis fósseis sujeitos a constantes aumentos de preço.
Além disso, os veículos sofrem com o desgaste natural, o que é causado pelo péssimo estado de parte da malha rodoviária brasileira. Soma-se a isso o risco de roubos e furtos e a demora que pode prejudicar a entrega de certas mercadorias e a menor capacidade de carga de um caminhão em relação a um trem ou embarcação.
Além da questão do preço, o modal rodoviário é altamente criticado pelo seu fator poluidor. Uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou que se substituísse o transporte de ferrovias pelo modal rodoviário no mundo, 48 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) a mais seriam emitidas na atmosfera anualmente.
No Brasil, 95% das cargas são transportadas por apenas três modais. O rodoviário, com cerca de 61,1%, o ferroviário com 20,7% e o aquaviário com 13,6%. Além destes, são relevantes o transporte dutoviário (dutos que transportam principalmente petróleo e gás) e o modal aéreo. Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT).