Veículos autônomos são uma realidade cada vez mais próxima. Os atuais recursos devem ser aprimorados e dar lugar a ferramentas mais modernas. No Reino Unido, o governo já anunciou mudanças no Código de Trânsito para adequação a essa nova realidade.
O intuito das alterações é delimitar as obrigações dos motoristas desse tipo de veículo. Os pilotos devem estar prontos para reassumir o controle do carro de forma rápida, sempre que solicitado, especialmente quando saírem do espaço rodoviário.
Outra adequação prevista na legislação é de que, enquanto o piloto automático estiver no comando, o acesso a entretenimento em telas integradas ao veículo é liberado, mas o uso de aparelhos celulares continua proibido.
A decisão por ajustar a legislação de trânsito pretende familiarizar e garantir a segurança de todos os usuários, já que a previsão é de que ainda este ano uma nova frota de carros autônomos possam transitar nas ruas da Grã-Bretanha.
Carros autônomos são seguros?
A princípio, no caso do Reino Unido, os veículos inteligentes devem começar a trafegar em baixa velocidade, e uma regulamentação mais detalhada deve ser implantada para que a tecnologia seja amplamente adaptada ao trânsito até 2025.
Diante do desenvolvimento acelerado de carros autônomos na Grã-Bretanha, a ministra dos Transportes, Trudy Harrison, acredita que as mudanças devem refletir em bases sólidas e seguras para os motoristas quando forem aplicadas de fato ao tráfego cotidiano.
O diretor da Fundação RAC — organização de política e pesquisa de transportes —, Steve Gooding, “abraça” a ideia de que “a tecnologia de direção autônoma pode desencadear o fim do congestionamento urbano, com semáforos e carros conversando, reduzindo emissões e melhorando a qualidade do ar.”
O executivo-chefe da Society of Motor Manufacturers and Traders (SMMT) — associação que representa mais de 800 indústrias automobilísticas do Reino Unido —, Mike Hawes, também é a favor da alteração da legislação e diz que “com os regulamentos corretos em vigor, os consumidores devem se beneficiar de viagens mais seguras e eficientes, enquanto o Reino Unido fortalecerá sua posição como líder global na implantação de veículos autônomos”.
Mudanças na legislação são suficientes?
Apesar da aprovação popular com relação às mudanças no Código de Trânsito e dos testes rigorosos que devem preceder a liberação de carros autônomos nas ruas, o tema tem sido questionado por alguns especialistas.
O chefe da entrega de projetos da DG Cities (empresa especializada em gestão de novas tecnologias e planejamento urbano), Balázs Csuvár, afirma que não espera que os carros autônomos sejam amplamente integrados à frota do Reino Unido ainda este ano.
Csuvár questiona se apenas a alteração no Código de Trânsito seria suficiente para garantir a segurança, pois, segundo ele, “os carros autônomos não estão sendo construídos e testados para acidentes raros”.
Mais um ponto questionado por Csuvár é que apenas 37% da população confiam nos carros autônomos, e um quarto está indecisa para opinar. Outro fato exposto é que a pressa para inserir esses veículos no trânsito sem um Auto de Verificação de Segurança (AVS) adequado pode prejudicar a concessão de licenças e resultar em políticas restritivas de liberação das frotas.
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Fonte: Traffic Technology Today.