Os carros autônomos então entre os mais promissores caminhos para o futuro da mobilidade, e as fabricantes do setor sabem disso: em 2030, um a cada dez veículos será carro autônomo.
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E a fabricante que parece estar mais perto do próximo lançamento é a Ford, com planos já para 2021. Além dos avanços tecnológicos do próprio automóvel, a empresa também pretende revolucionar a forma como eles são oferecidos: em vez de vendidos, serão prestadores de serviço. Essa escolha tem diversas razões.
A primeira delas é que, com o desenvolvimento da chamada economia compartilhada, por meio de apps como o Uber e Lyft, as pessoas — principalmente as mais jovens — não sentem mais a necessidade de ter carro próprio. Dessa maneira, antes mesmo dos carros autônomos, diversas fabricantes de automóveis já desenvolviam serviços de assinatura ou aluguel, como analisa uma reportagem de 2017 do portal de tecnologia The Verge.
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Além disso, faz muito mais sentido manter os carros autônomos rodando o tempo inteiro, buscando e deixando diversos passageiros, em vez de cada pessoa ter um automóvel que é utilizado apenas para ir e voltar de um mesmo local.
“Os veículos de hoje passam a maior parte do dia estacionados. Para desenvolver um modelo de negócios rentável e viável, eles precisam estar funcionando quase o dia inteiro”, afirma John Rich, chefe de operações da Ford Autonomous Vehicles — divisão criada pela companhia apenas para cuidar do desenvolvimento desse tipo de solução.
Como a Ford está desenvolvendo seus carros autônomos?
A Ford acredita tanto em seu novo modelo de negócio, baseado no compartilhamento de carros autônomos, que criou duas novas divisões inteiras para aprimorar a tecnologia e o serviço necessários para isso.
A primeira delas é a já citada Ford Autonomous Vehicles. Ela trabalha no desenvolvimento de chassi, motores e transmissões inteiramente novas para os carros autônomos da companhia — embora os testes sejam feitos com veículos Ford Fusion adaptados.
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Essa equipe trabalha em parceria com os profissionais de tecnologia da Argo AI, startup especializada em inteligência artificial que está criando os algoritmos que conduzirão os carros autônomos da Ford. Dos US$ 4 bilhões que a Ford investiu nos autônomos, cerca de US$ 1 bilhão foi direcionado para a Argo AI.
Contudo, a Ford acredita que o sucesso de sua empreitada com os carros autônomos depende tanto do serviço quanto dos próprios veículos. Por isso, ela criou outra divisão para administrar suas frotas, a FCS (Ford Commercial Solutions).
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Criada em 2018, ela cuidava do serviço de transporte coletivo Chariot (desativado em 2019) e é responsável pelas frotas corporativas de veículos comuns da empresa. Ela também está à frente dos testes com carros autônomos e do aprimoramento do futuro serviço de compartilhamento.
A importância do serviço para os carros autônomos
Sobre essa frente de negócios, Sherif Marakby (ex-CEO da Ford Autonomous Vehicles) afirmou em um comunicado à imprensa divulgado em 2019: “Acreditamos que um serviço de carros autônomos de sucesso deve ser construído com base nos princípios de fornecimento, operação e demanda. Isso pode parecer óbvio, mas o diabo está nos detalhes”.
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Justamente com o objetivo de aprimorar o serviço de carros autônomos, em novembro de 2019, a Ford contratou Scott Griffith, ex-CEO da ZipCar, para ser o novo líder da Ford Autonomous Vehicles. Em nota, o presidente de Novos Negócios da Ford, Jim Farley, afirmou que Griffith “conhece os desafios de lançar um novo serviço de mobilidade com operações em larga escala, que envolvem uma mudança fundamental no comportamento do consumidor: a troca da propriedade do carro pelo seu compartilhamento”.
Os gestores afirmam que, além de confiar na tecnologia de carros autônomos da Ford para usar o serviço pela primeira vez, as pessoas precisam ter uma boa experiência para continuar utilizando-o. Isso envolve também aspectos menos tecnológicos, como a limpeza e manutenção dos veículos, além da sua recuperação e durabilidade.
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O plano é lançar o serviço apenas com testes em algumas cidades dos Estados Unidos. Esses testes realizados em 2021 permitirão aprimorar o modelo de negócio e, somente depois disso, levar os carros autônomos para mais locais. A ideia da Ford com seus carros autônomos é oferecer acessibilidade, conveniência e preços que não são possíveis nos serviços existentes.
Além do compartilhamento de veículos de passageiros, a Ford também pretende trabalhar com carros autônomos para entregas. Segundo a empresa, esse sistema pode funcionar como complemento ao modelo tradicional de delivery para aumentar a produtividade de negócios, como pizzarias e lavanderias que, muitas vezes, deixam de vender tanto quanto poderiam em horários de pico pela falta de entregadores.
Fonte: Ford, The Verge, CNBC, IndustryWeek.
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