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Aplicativo de transporte: conheça a história dessa tecnologia

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que em 2018 o número de usuários de transporte coletivo nas grandes cidades do Brasil era 60% do que foi na década de 1990. Isso mostra uma migração dos usuários para o transporte individual e, muito provavelmente, para algum aplicativo de transporte. Entre 2008 e 2018, a frota motorizada de carros cresceu 77%.

Essa tendência foi fomentada pela pandemia de covid-19, em São Paulo. Durante as fases de bandeira vermelha, chegou a haver queda de 62% no uso do transporte coletivo.

Muitos desses usuários descontentes com a lotação, o preço e os atrasos do transporte público migraram para o uso de algum tipo de aplicativo de transporte. André Miceli, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima que cerca de 20 milhões de brasileiros utilizam algum aplicativo de transporte

Estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros usem algum tipo de aplicativo de transporte. (Fonte: Charles Deluvio/Unsplash/Reprodução)

Curiosamente, os três principais aplicativos tiveram inícios similares, relacionados à dificuldade de seus inventores de conseguir um táxi em determinadas regiões e os altos preços cobrados. Conheça a história de cada aplicativo de transporte.

Como surgiram os aplicativos de transporte?

99

Maior representante brasileira do setor e grande concorrente da Uber no País, a 99 foi criada na cidade de São Paulo, em 2012, por Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Veras. A ideia surgiu depois que um dos fundadores viajou para a Alemanha e teve contato com os primeiros aplicativos para solicitação de táxis. De volta ao Brasil, começaram a desenvolver o aplicativo, que inicialmente só conectaria motoristas de táxis aos passageiros.

Maior representante brasileiro dos apps de transporte, a 99 nasceu conectando taxistas a passageiros. (Fonte: Tim Samuel/Pexels/Reprodução)

Em seguida, o aplicativo foi ampliado para motoristas particulares e assim surgiu a 99Pop. Atualmente, a empresa conecta mais de 14 milhões de passageiros a uma base de mais de 300 mil motoristas. A 99 foi a primeira startup brasileira a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão e foi vendida ao grupo chinês Didi.

Cabify

A Cabify nasceu de uma demanda semelhante. Juan de Antonio, o empresário espanhol que fundou o serviço, notou uma dificuldade em encontrar táxis quando viajava para a América Latina e para a Ásia. 

Também notou os altos preços e sempre tentava negociar o valor antes de começar a corrida. O serviço também se pautou inicialmente em carros de alto padrão, até se popularizar com a versão CabifyLite. Apesar de fazer bastante sucesso na América Latina, o serviço saiu do Brasil em junho de 2021.

Uber

O Uber, primeiro aplicativo de transporte individual, surgiu quando seus inventores, os empresários Garrett Camp e Travis Kalanick, notaram a dificuldade de conseguir um táxi em Paris em meio a um evento do qual participavam. Eles discutiram a ideia de poder pedir uma limusine pelo celular.

A ideia foi ganhando corpo quando eles voltaram aos Estados Unidos, e o serviço foi fundado em 2009. No início, a ideia era ser um serviço de luxo, com carros de alto padrão e preços elevados. Logo, a empresa percebeu que, para lucrar mais, deveria popularizar o serviço, e então nasceu o UberX, com carros mais populares e mais motoristas.

Limites dos aplicativos

Apesar de cômodos e práticos, os apps de transporte ainda recebem muitas críticas no setor de mobilidade urbana. As principais são questões referentes ao aumento das frotas e, consequentemente, o aumento do trânsito e das emissões de gases causadores de efeito estufa. 

Apesar de haver serviços de aplicativos de carona em grupo e de bicicletas ou patinetes elétricos, eles são muito menos populares do que os dos carros.

Fonte: UseMobile, EM, Anpet, MachineGlobal, Icarros, OverBr, Codificar, Ipea, Agência Brasil.

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