Apesar dos inegáveis avanços que ampliam a acessibilidade em variados tipos de ambientes, ainda há muito o que se fazer e pensar sobre formas de promover a inclusão. Pensando nisso, o Summit Mobilidade 2023 chamou Maria Tsavachidis, que é CEO da EIT Urban Mobility, para ministrar a palestra Soluções para um transporte mais inclusivo.
Confira, abaixo, alguns dos pontos abordados nessa palestra exclusiva.
Perspectiva das dificuldades enfrentadas
Maria iniciou a palestra trazendo dados que dão uma amostra da realidade atual: pelo menos 1,3 bilhão de pessoas possuem algum tipo de deficiência e 20% das pessoas com menor acesso à renda estão dentro desse grupo. Além disso, cerca de 80% a 90% delas se encontram fora do mercado de trabalho.
Ao refletir sobre o papel dos diferentes meios de transporte para a população, Maria destaca como promover a acessibilidade é fundamental para ampliar o acesso e reverter parte desse cenário, que limita a liberdade sob diferentes aspectos. A especialista defendeu que os transportes e ambientes devem ser utilizados por todos os públicos, independente da condição, origem, sexo ou renda.
E, para que sejam verdadeiramente inclusivos, eles devem estar preparados para atender quaisquer tipos de necessidade que as pessoas possam ter. Dentre os exemplos de ferramentas com potencial para ajudar, ela citou um aplicativo que auxilia o deslocamento por meio do áudio.
Na rodada de perguntas, Maria Tsavachidis lembrou que há casos na Europa que mostram como a acessibilidade pode ser promovida de diferentes formas e salientou como a cooperação internacional se mostra importante para a troca de conhecimentos e experiências.
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Explorando soluções
Ao ser questionada sobre os caminhos para promover a acessibilidade em regiões periféricas, Maria defendeu ser essencial disponibilizar recursos para isso. Mas, considerando o desejo das pessoas de participar e fazer parte da mudança, há medidas simples que podem ser adotadas pela própria comunidade para adaptar estruturas, como reservar vagas para deficientes e facilitar o deslocamento.
Para que os projetos de inclusão sejam bem-sucedidos, Maria afirmou que é necessário considerar alguns elementos, como trabalhar em algo que gere impacto positivo a diferentes públicos. Ela ainda apontou que a segurança não pode ser deixada de lado e que as experiências são formas válidas de ver a mudança acontecer e permitir avaliar o que pode ser melhorado.
Ao tratar dos trabalhos desenvolvidos pela iniciativa privada, Maria Tsavachidis lembrou que o setor tem se mostrado essencial para a inovação, uma vez que ele é palco de muitas das soluções desenvolvidas. Pensando nisso, ela defendeu que é igualmente importante apostar em parcerias para avançar e fomentar o surgimento de novas tecnologias.
Considerando o ponto de vista social, Maria destacou que ter um veículo se mostra uma possibilidade bastante distante daqueles que possuem algum tipo de deficiência, e que por isso é necessário investir em formas de promover o deslocamento e ampliar o debate. Para encerrar, ela ressaltou o ponto de vista ambiental e enfatizou a importância de buscar formas de desestimular o uso de veículos, priorizando assim o transporte coletivo.