Desde o início da pandemia de covid-19 e da implementação de medidas de isolamento social, a mobilidade ativa — a pé ou com bicicleta — tem se tornado uma das alternativas mais seguras para quem precisa se deslocar. E essa perspectiva não está restrita aos bairros nobres dos grandes centros urbanos.
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Um dos exemplos mais interessantes vem de Queimados, na Baixada Fluminense. O município, que fica a 50 quilômetros da capital e tem 150 mil habitantes, é considerado um dos dez mais violentos do País, segundo o Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Foram justamente esses dados que impulsionaram a criação do projeto Pedala Queimados, que disponibiliza bicicletas compartilhadas. O objetivo inicial é promover mudanças sociais na região, por meio do pedal, com iniciativas como oficinas de manutenção de bikes e passeios para mostrar as belezas do local. Em 2020, o grupo expandiu sua atuação para o aluguel de unidades com baixo custo, tendo 40 veículos doados pela Tembici, que oferece o mesmo serviço no Rio de Janeiro.
Alternativa segura e barata
O aluguel de bicicletas com baixo custo foi batizado de PedalAr e começou a funcionar em junho de 2020. O grupo reformou as peças recebidas e colocou adesivos com o nome do projeto, além de pintá-las de preto, diferenciando-as do laranja original da Tembici.
O que esperar da micromobilidade no pós-pandemia?
A princípio, 20 bikes serão disponibilizadas a R$ 5 para duas horas de uso. Esse valor é utilizado na higienização dos veículos e na compra de peças para a reforma daqueles que ainda não estão em condições de uso. Para isso, o Pedala Queimados também aceita doações.
A iniciativa é direcionada para os moradores de bairros próximos do projeto, todos na periferia de Queimados: para alugar uma bike, o interessado precisa mandar uma mensagem para o Pedala Queimados no WhatsApp e mostrar um comprovante de residência da região. Mesmo sem tantas unidades à disposição, o projeto cedeu três delas para compartilhamento entre moradores de São Gonçalo em um modelo semelhante.
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Segundo os criadores da ação, a ideia é oferecer uma alternativa de deslocamento mais segura que os ônibus ou mototáxis geralmente utilizados por lá. E a bicicleta tende a ser mais barata, uma vez que o trajeto de ida e volta no transporte coletivo pode custar R$ 8 e no mototáxi, até R$ 10.
Em postagens nas redes sociais, a associação Pedala Queimados destaca que esse é o primeiro projeto de aluguel de bicicletas fora da capital do Rio de Janeiro. Para o futuro, os planos envolvem a expansão para toda a cidade e outras regiões da Baixada Fluminense. A equipe pretende oficializar a ação como uma ONG e continuar recolhendo bicicletas abandonadas para reformá-las.
Fonte: Projeto Pedala Queimados
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