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Saiba como será a Copa do Catar, a 1ª neutra em carbono

Na Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil, os aficionados por futebol tiveram que tomar decisões difíceis, pois havia 12 cidades-sede que estavam espalhadas em todo o território nacional e, convenhamos, é no mínimo contramão ir de Porto Alegre a Manaus ou a Fortaleza. São mais de 4 mil km, suficientes para percorrer de Moscou a Lisboa.

Agora, na Copa do Catar, que será realizada no fim deste ano, esse problema não vai dar “as caras”. E melhor: não é só tempo e dinheiro que o torcedor economiza, mas também pegada de carbono.

Confira como o país do Oriente Médio se organizou para pensar a mobilidade urbana durante o evento de modo sustentável e por que as práticas de lá são uma inspiração no assunto.

O Catar quer ser campeão de mobilidade sustentável

Para ir até o Catar não tem jeito: tem que ser de avião. Mas o país promete mobilidade eletrificada nos modais internos. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O Catar não tem tradição em futebol. Esta será sua primeira participação em Copas, na vaga que é destinada ao anfitrião do evento. Agora, quando o assunto é mobilidade urbana sustentável, o país tem tudo para fazer bonito: os catarianos aceitaram o desafio da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para fazer a primeira Copa do Mundo zero carbono.

A boa notícia para a saúde, a economia e o meio ambiente surgiu ainda em 2020, quando foi publicada a Estratégia de Sustentabilidade da Copa do Mundo do Catar. E o país-sede tem feito a lição de casa para realizar um evento neutro em carbono. Um verdadeiro golaço!

O passo a passo para chegar a essa meta envolve várias etapas, que começam ainda no período de preparação. Mas, para os turistas, o objetivo ficará nítido nos deslocamentos durante o evento. Confira, a seguir, mais detalhes.

1. Organização tática dos eventos

Os estádios são todos na região de Doha, capital do país. Por isso, os deslocamentos devem ser menores do que em outras edições.

Após o Brasil recepcionar o evento em 2014 e apresentar distâncias continentais entre os jogos, em 2018 foi a vez da Rússia distribuí-los em um território agigantado. Então, em relação à pegada de carbono, o Catar já sai na frente por ser mais compacto.

2. Sustentabilidade

O Catar, assim como outros países do Oriente Médio, é uma referência em construções sustentáveis.(Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Acredite se quiser: o dinheiro do petróleo tem servido para que os países do Oriente Médio saiam na dianteira da transição energética. Em vez de energia fóssil, o Catar aposta em ônibus elétricos. Ponto para a fonte de energia e para um modal coletivo.

A ideia, portanto, não é apenas promover uma Copa neutra em carbono. O objetivo é que o evento deixe um legado para o país.

“Certo, mas e depois da Copa, para que servirá a estrutura?”. Essa é uma das questões mais relevantes sobre o legado dos megaeventos, e a resposta dada pelo Catar é supersustentável: além de os estádios serem bem centrais, eles são desmontáveis e construídos com material reciclado.

3. Malha integrada de transporte

Os modais elétricos são ótimos dribles, mas esse é um jogo que se ganha em equipe. Além dos ônibus que escapam da marcação fóssil, entram em campo metrôs e instrumentos para a mobilidade ativa, como scooters elétricas.

Assim, desde a chegada no Catar, via aeroporto, até a hospedagem e o uso dos serviços de comércio, turismo e gastronomia, tudo é pensado para uma experiência funcional.

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4. Acessibilidade

Pensar em mobilidade significa criar soluções para todo mundo ir e vir do melhor modo possível, certo? Então, as pessoas com mobilidade reduzida não poderiam ficar de fora. Se um ambiente for acessível a elas, será acessível a todas.

Essa pauta já era importante no Catar, que, em 2008, assinou a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU). E o país está fazendo agora mais do que o “feijão com arroz”: o Conselho Nacional de Turismo do país definiu regras mais exigentes que as da Fifa para acolher todas as pessoas com a melhor hospitalidade possível.

Resumindo: na Copa do Catar, todo mundo é bem-vindo. O meio ambiente e as futuras gerações têm tudo para sair ganhando.

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