Governos e instituições privadas vêm apostando em planejamento e tecnologia para lidar com os problemas gerados pelo alto fluxo do trânsito nos grandes centros.
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Uma ferramenta que pode ter grande impacto é o uso de Big Data na segurança viária preditiva, que tende a antecipar riscos nas vias.
Segurança preditiva: até onde o acidente pode ser evitado?
A premissa da segurança viária preditiva é identificar, previamente, quais os fatores de risco presentes em uma via que podem vir a causar acidentes. Para que essa compreensão seja possível, é preciso entender como o indivíduo se comporta no trânsito – seja ele motorista, pedestre ou ciclista – e se há problemas tanto na rua como na sinalização que contribuam para o número de acidentes.
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Para facilitar essa predição, a tecnologia tem apresentado soluções que podem fazer com que, em um futuro não muito distante, os acidentes possam ser reduzidos a zero. Uma dessas soluções é o Big Data, que usa a enorme quantidade de dados gerados por vários tipos de dispositivo – como carros, radares e celulares – para analisar um determinado sistema e suas características.
Com essa ferramenta trabalhando a favor do tráfego, é possível reunir as informações dispostas na nuvem e fazer a análise de cada via ou região. Com isso, identificando os pontos críticos para ocorrência de possíveis acidentes, gerando relatórios que servirão como guia para que as autoridades tenham mais condições de tomar decisões de forma rápida e precisa – seja para criar uma malha viária eficiente ou melhorar a conservação das vias.
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É importante dizer que o uso de Big Data para promover a segurança viária preditiva é diferente dos chamados Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (Adas, sigla para Advanced Driver Assistance Systems), já que esses sistemas são tecnologias que, por exemplo, detectam obstáculos e fazem os carros frearem sozinhos ou alertam os motoristas de um perigo na pista. No caso da segurança preditiva, a função é identificar imperfeições na rua e na sinalização que podem levar a acidentes, corrigindo assim essas falhas e diminuindo os fatores de risco dessas áreas.
Entendendo os acidentes
O uso de Big Data na segurança preditiva pode ser visto em um estudo feito por um grupo de especialistas em mobilidade da City Insights – braço da montadora Ford que estuda o uso da tecnologia para promover mobilidade urbana – em parceria com a Traffic Watch UK, empresa que gerencia o tráfego no Reino Unido.
Um dos testes levou em consideração oito pontos críticos de Londres, nos quais os acidentes eram recorrentes. A partir dos dados gerados pelos carros conectados da Ford, que levavam em conta eventos como frenagem brusca, uso de luzes de alertas e desvio repentino, foi possível cruzar as informações com o histórico de acidentes nas localidades e ver se havia alguma relação.
Ao analisar o comportamento de motoristas, pedestres e ciclistas nesses pontos, a equipe identificou os principais problemas: muitos atravessavam no sinal vermelho, vários sinais estavam mal posicionados ou encobertos pela vegetação, muitas pistas estavam deterioradas e algumas eram estreitas, o que gerava a concorrência pelos espaços.
A partir disso, a Ford passou a repassar os dados resultantes das análises aos responsáveis pelo trânsito da cidade, com a finalidade de eles poderem articular e planejar o que fazer para resolver esses problemas e assim diminuir a incidência de acidentes.
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Como sugestões já oferecidas estavam colocar mais câmeras de vigilância nos semáforos impedindo o avanço; planejar a vegetação nas proximidades evitando que os sinais ficassem cobertos; cuidar das ruas – tanto do piso quanto da largura – para minimizar os enfrentamentos e movimentos bruscos.
Os benefícios
Identificar os espaços críticos e saná-los é pensar na saúde dos atores envolvidos no trânsito. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1,35 milhão de pessoas morrem todos os anos como vítimas de acidentes de trânsito. Essa é a principal causa de morte para a população entre 5 e 29 anos. Com a adoção da segurança viária preditiva, será possível agir antes dos acidentes e reduzi-los.
Fonte: Circula Seguro, Ford, PAHO, Trânsito Livre.
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