O setor de transporte está sofrendo mudanças cada vez mais rápidas nos últimos anos — e as transformações na área parecem estar apenas começando, sendo quase impossível indicar com precisão como será o transporte do futuro.
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Uma série de novas tecnologias e possibilidades vem surgindo, desde inovações aéreas, como drones e veículos elétricos de pouso e decolagem vertical (eVTOL, em inglês), passando por carros autônomos até soluções de micromobilidade, como patinetes e bicicletas. Todos têm como objetivo fugir de congestionamentos e aumentar a eficiência e o conforto na mobilidade.
Uma coisa, no entanto, é certa: o transporte urbano do futuro dependerá cada vez mais da eletricidade e menos do petróleo, não só pela preocupação com as mudanças climáticas globais mas também pelo desenvolvimento de tecnologias baseadas em sistemas eletrônicos. Nesse contexto, a utilização de inovações a partir de Big Data e inteligência artificial tem sido fundamental.
Os serviços de transporte no futuro vão cruzar os limites de vários tipos de organização, de acordo com a empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers. Os novos ecossistemas de transporte vão unir diferentes prestadores de serviços, públicos e privados, reguladores, startups e especialistas no atendimento ao cliente. Essa estrutura vai requerer a colaboração entre esses atores, para o compartilhamento de dados e capacidades, além de formar novos modelos operacionais capazes de manter as pessoas e o bens em movimento.
Um bom exemplo disso é Seul (Coreia do Sul), considerada a primeira Smart City do mundo, onde a colaboração entre vários profissionais e cidadãos foi fundamental para manter em funcionamento um sistema integrado de Internet das Coisas na infraestrutura da cidade. O sistema público de transporte da capital sul-coreana é considerado o melhor do mundo e permite acesso a ônibus, trens, metrôs e serviços interurbanos com o ajuste de tarifa pela distância percorrida, e não pelo número de modais utilizados.
O transporte compartilhado também é uma forte tendência do futuro não apenas por meio da solicitação de veículos por aplicativos de celular e transporte público sob demanda em vans e micro-ônibus como também por serviços de aluguel em micromobilidade, como bicicletas e patinetes compartilhadas. Outra propensão é que a maioria dos deslocamentos seja realizada por um ou mais modais de transporte. Esse conjunto de serviços compartilhados deve estar muito bem integrado ao sistema público de transporte, em especial metrô e trem, tornando difícil de reverter a ampliação do compartilhamento.
Com isso, o veículo próprio, que reinou durante todo o século XX como objeto de desejo da maioria das famílias, deverá perder ainda mais seu espaço pela dificuldade de locomoção e de estacionamento nas grandes cidades e pelo elevado custo de manutenção. Os veículos particulares, porém, não devem parar de ser utilizados, principalmente se houver a popularização dos carros autônomos. É mais provável, portanto, que os carros sem motorista sejam mais utilizados como serviço de aluguel do que como opção própria de transporte.
Muitas novidades do futuro do transporte poderão vir pelo ar. Os drones já estão sendo testados para fazer a entrega de produtos, como remédios e comida, mas a tecnologia também deve permitir o envio de qualquer objeto de pequeno porte e competir, inclusive, com serviços de entregas como os Correios em pequenas distâncias.
Há, ainda, uma corrida entre empresas para ver quem será a primeira a fornecer comercialmente deslocamentos de passageiros com eVTOLs. Já existem veículos elétricos desse tipo em processo de certificação, mas tanto os drones quanto o transporte de passageiros por eVTOLs ainda precisam se desvencilhar da complexa regulamentação do espaço aéreo urbano.