No intuito de indicar as melhores rotas para se pedalar nas principais cidades do Brasil, a União de Ciclistas do Brasil (UCB) e o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (Itdp) lançaram o CicloMapa, um mapeamento colaborativo da estrutura cicloviária brasileira.
Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade urbana do Brasil
Até então, os mapas das ciclovias no Brasil estavam disponíveis em bases de dados que utilizavam parâmetros diferentes para cada cidade e nem sempre eram atualizados. “Em 2018, verificamos que os dados publicados por muitas prefeituras estavam mais desatualizados do que o mapeamento realizado por voluntários”, afirma Felipe Alves, coordenador do projeto pela UCB.
Campanha em Bolonha premia ciclistas com cerveja e sorvete
Mesmo quando tinham o mesmo parâmetro para vários locais, os dados do mapeamento pertenciam a empresas privadas, como GoogleMaps e AppleMaps. Sem a possibilidade de copiar e manipular os dados, esses mapas dificultavam o uso das informações para criar estratégias de melhoria da estrutura.
Em meio a esse cenário, o CicloMapa foi pensado para aumentar a disponibilidade de dados georreferenciados de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas. As informações são úteis para conhecer indicadores como o número pessoas que vivem próximo à infraestrutura cicloviária.
“A partir desses dados, será possível promover debates mais fundamentados sobre políticas para a ciclomobilidade no país”, argumenta Bernardo Serra, gerente de políticas públicas do Itdp. Outro importante objetivo do CicloMapa é fomentar a prática colaborativa por meio de tutoriais de mapeamento de apoio ao trabalho de mapeadores no país. Com isso, a plataforma apresenta um ganho exponencial, pois padroniza as informações disponíveis e amplia o seu acesso.
Como encontrar ciclovias no Brasil
O CicloMapa pode ser acessado de qualquer computador ou celular por meio de um site. As informações podem ser buscadas em diversas cidades brasileiras. Após a seleção da cidade, é possível encontrar um endereço específico para localizar a infraestrutura cicloviária mais próxima.
O mapa é intuitivo, com tipos de estrutura mostrados com cores diferentes. Além de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, também é possível identificar calçadas compartilhadas, áreas de baixa velocidade, locais proibidos para bicicletas e trilhas disponíveis.
Nova York torna ruas exclusivas para pedestres durante quarentena
Os mapas das cidades podem ser copiados para que possam ser utilizados em softwares de informação geográfica e programação, facilitando o seu uso. Assim, é possível fazer análises, comparações, pesquisas, entre outras finalidades. As únicas exigências para o uso dos dados são identificar a fonte dos dados e disponibilizar ao público o livre acesso às informações.
Como editar a estrutura cicloviária
A plataforma CicloMapa foi criada a partir das informações disponíveis no OpenStreetMap (OSM). O site é considerado o maior banco de dados abertos de mapas do mundo. A edição dos dados pode ser realizada online e offline. Os dados são atualizados instantaneamente.
Antes de editar, o CicloMapa recomenda que os usuários acessem um manual que apresente conceitos básicos sobre a infraestrutura cicloviária, suas diferentes tipologias e principais equipamentos de apoio. Isso garante a uniformidade dos dados e facilita o acesso para todos os ciclistas.
Como a Cycle Superhighways se tornaram modelo de mobilidade?
Além da informação de vias de acesso e pontos de apoio, o CicloMapa permite adicionar comentários, fotos e imagens dos trajetos. Assim, os ciclistas podem conhecer previamente os caminhos que pretendem pedalar. As imagens também podem ser utilizadas para identificar problemas nas ciclovias e facilitam o encaminhamento de soluções.
Projeto aberto
O próprio projeto do CicloMapa é open source, ou seja, o seu código é também livre para edição. Os comandos de programação da plataforma podem ser obtidos no site Github. Com isso, outras pessoas podem desenvolver iniciativas semelhantes a partir do trabalho já realizado.
Fonte: IPTD, CicloMapa, UCB, Ciclomapa.
Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.