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O impacto socioeconômico dos acidentes de trânsito no Brasil

Durante o período de 1996 a 2018, 836 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o País ocupa a terceira posição mundial em mortes no trânsito, atrás apenas da Índia e da China durante o ano de 2017.

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O número alto de acidentes nas ruas e estradas brasileiras tem também um impacto financeiro decorrente, por exemplo, da sobrecarga de hospitais públicos, equipes de paramédicos, gastos previdenciários e sinistralidade de carteiras de seguros.

Custos dos acidentes

Custos com acidentes de trânsito vão além de internações hospitalares e mortes, pois causam prejuízo também por interrupção de trabalho. (Fonte: Shutterstock)

O Conselho Federal de Medicina estima que o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou quase R$ 3 bilhões apenas com acidentes de trânsito de 2009 a 2018. O Observatório Nacional de Segurança Viária calcula que cada brasileiro paga por ano, em média, R$ 255,69 para cobrir os custos do sistema público com esses acidentes.

Porém, o prejuízo causado pelas sinistralidades não se restringem apenas aos tratamentos de saúde. A Escola Nacional de Seguros, uma instituição de ensino e pesquisa, estimou em 2017 que quase R$ 200 bilhões são perdidos pela interrupção do trabalho das vítimas de acidentes de trânsito.

Além dos gastos hospitalares, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (Ipea) considerou os custos com danos materiais causados pelos acidentes envolvendo transportes. No período de 2007 a 2018, calcula-se que foram gastos R$ 1,5 trilhão por conta dos sinistros — quase o dobro da redução de gastos esperada com a reforma da Previdência.

Perfil das vítimas

Pedestres são as maiores vítimas dos acidentes de trânsito no Brasil. (Fonte: Shutterstock)

Os pedestres são as maiores vítimas dos acidentes, seguidos pelos motociclistas, segundo o Ipea. Além disso, os Dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS) indicam também que esses dois grupos são a maioria entre os internados por conta dos sinistros.

Segundo o Ipea, entre 1996 e 2018, um quarto dos óbitos (ou seja, mais de 200 mil mortes) foram de pessoas se deslocando a pé. De acordo o DataSUS, entre janeiro de 2008 a agosto de 2020, quase meio milhão de pedestres foram internados com traumas.

O Ipea destaca que, desde 2009, os acidentes fatais associados a motocicletas ultrapassaram o número de mortes dos automóveis, provocando quase 166 mil fatalidades em 22 anos analisados pelo estudo.

Redução de acidentes 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que os acidentes de trânsito provocam 1,2 milhão de mortes no mundo a cada ano. Por esse motivo, em 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, recomendando aos membros a criação de um plano para estabilizar e reduzir o número de mortes.

O Brasil aderiu à proposta e registrou uma queda média anual de 7% das fatalidades entre os anos de 2015 a 2019. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) indicam uma diminuição de 43 mil para 30 mil.

Os dados refletem uma série de ações, entre elas as campanhas educativas, por exemplo o Maio Amarelo e a Semana Nacional de Trânsito; a intensificação da fiscalização, como a blitz da Lei Seca; o aprimoramento da segurança dos veículos; e as medidas de engenharia de tráfego, como a modernização das rodovias.

Fonte: IPEA, DataSUS, ONSV, Universidade de Fortaleza. 

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