Uma pesquisa de 2018 feita pelo Instituto Gallup informou que apenas 34% dos brasileiros se sentem seguros quando andam nas ruas durante a noite. Comparados com cidadãos de outros 36 países, somos aqueles com mais medo.
Apesar de 44% dos entrevistados na América Latina afirmarem confiar nas autoridades policiais, esse não deveria ser o único fator a ser considerado quando o assunto é a segurança. É aí que entra o planejamento urbano.
Planejar é preciso
A forma como experienciamos o espaço urbano é influenciada pelo planejamento das cidades, e a distribuição dos tipos de imóveis e serviços, espaços de lazer e a própria configuração das ruas têm um grande peso nisso.
Planos Diretores podem ajudar a equilibrar a infraestrutura, pois é possível pensar a cidade de modo que certas regiões não sejam voltadas apenas a alguns tipos de atividade, o que proporcionaria trocas de experiências e espaços mais democráticos e acessíveis.
Urbanismo: por que é difícil estruturar cidades policêntricas?
A maneira como uma cidade é pensada também deve beneficiar a participação de seus cidadãos, pois quanto mais plurais forem os projetos urbanos, mais segmentos sociais ele atenderá. As mulheres, por exemplo, sentem-se mais inseguras em seus deslocamentos, portanto escutá-las é fundamental na reconfiguração dos espaços nas cidades.
Fatores que podem melhorar a sensação de segurança
Cidades que possuem espaços verdes proporcionam sensação de temperatura mais amena e maior qualidade de vida, atraindo pessoas e criando movimento em determinados espaços.
Aplicativos mapeiam violência nas ruas de cidades brasileiras
Os carros, por sua vez, possuem grande impacto no cenário geral por provocarem acidentes e diminuírem a segurança dos pedestres. A Rede de Inovação Europeia para Transporte apontou algumas medidas para reduzir o impacto do trânsito na segurança geral das cidades, destacando pontos cruciais:
- responsabilidade sobre o que se passa nas ruas;
- estabelecimento de velocidade menor para carros nas áreas urbanas;
- abertura de espaços para caminhada, bicicletas e transporte público seguro;
- redução da quantidade de carros;
- transparência de informação sobre acidentes;
- tecnologia que não seja invasiva nem restrinja o deslocamento dos cidadãos.
Medidas para uma sociedade mais inclusiva aplicadas diretamente à cidade podem encorajar o acesso das pessoas e contribuir para maior adesão de públicos diversificados em horários variados nas ruas, o que significa vigilância espontânea e traz vida e dinâmica aos espaços urbanos.
Fonte: WRI Brasil, Polis Network
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