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Quais mudanças da quarentena vêm para ficar?

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Especialistas apontam que o mundo nunca mais será o mesmo depois da quarentena. Muitas das transformações que estão ocorrendo durante o isolamento social poderão ditar novos comportamentos e culminar em hábitos e estruturas permanentes. Viagens deixarão de ser feitas, pessoas poderão adotar o home office de forma definitiva e passarão a fazer compras com menos frequência, utilizando mais a tecnologia para resolver os problemas.

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“Minha hipótese é que as grandes cidades funcionarão de forma diferente depois que a pandemia for controlada, e um dos pontos de mudança será o modo de trabalhar”, diz Estela Alves, especialista em planejamento urbano e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).

Por outro lado, pelo menos em um primeiro momento, várias pessoas que ainda precisam se deslocar pela cidade terão certo temor em fazer isso com transporte público ou carros de aplicativos. Nesse contexto, muitos voltarão a tirar os automóveis particulares da garagem.

Em Wuhan, na China, onde a pandemia começou e a volta à normalidade já foi iniciada, apenas 34% dos passageiros de ônibus e metrôs voltaram a utilizá-los após a quarentena, e 24% destes migraram para os veículos particulares. Os dados foram divulgados pelo Instituto WRI Brasil.

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Em compensação, 19% dos participantes da pesquisa adotaram a mobilidade ativa, a pé ou com bicicleta. Esse modo de transporte se mostra uma das alternativas mais interessantes para as cidades na retomada dos deslocamentos após a quarentena.

Mobilidade ativa pode diminuir número de carros nas ruas. (Fonte: Unsplash)

Investimento em ciclovias para o pós-quarentena

Guillermo Petzhold, do WRI Brasil, acredita que “as cidades precisam aproveitar esse período de transição para pôr em prática ações que fomentem hábitos mais sustentáveis de deslocamento no futuro”. De fato, muitos locais estão investindo em transformações para a mobilidade durante e após a quarentena. O grande destaque vai para os investimentos em ciclovias, vistas como uma maneira de se deslocar com segurança e manter o isolamento social.

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Bruxelas, capital da Bélgica, aumentou sua rede cicloviária em 40 quilômetros para o fim do isolamento no início de maio. Milão, uma das cidades mais atingidas pela covid-19 na Itália, começou um plano ambicioso no fim de abril: o Strade Aperte (estrada aberta, em português) inclui 35 quilômetros de ruas com novas ciclovias, calçadas mais largas para os pedestres e limites reduzidos de velocidade.

“As autoridades veem essa solução como uma resposta que atenderia não somente ao incentivo à mobilidade sustentável, mas também ao comércio local, que se beneficiaria de ruas mais agradáveis e convidativas a consumidores”, afirma o arquiteto e urbanista Evandro Augusto.

Cidades estão investindo em ciclovias durante a quarentena. (Fonte: Unsplash)

Na América do Sul, os exemplos vêm de Lima (Peru) e Bogotá (Colômbia). A capital peruana está criando mais de 300 quilômetros de ciclovias temporárias que depois da quarentena serão transformadas em uma rede definitiva. Na Colômbia, as intervenções são simples, marcadas com cones; mesmo assim, são 100 quilômetros de ciclovias para ajudar a desafogar o sistema de ônibus da cidade.

Assim, a mobilidade ativa pode até mesmo ajudar na retomada do movimento nos transportes públicos, fazendo com que os veículos fiquem menos lotados e as pessoas se sintam mais seguras para se deslocar com eles.

Fonte: Deutsche Welle, The Guardian, Estadão, Bloomberg

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