A redução na emissão de gases poluentes está entre as principais preocupações da indústria automobilística. Esse é o principal motivo pelo qual os carburadores caíram em desuso frente a alternativas mais modernas e eficientes, como a injeção eletrônica e, posteriormente, a injeção direta.
Para entender as diferenças entre cada sistema (e por que o carburador é considerado inferior) é importante dar um passo para trás e explicar que os três são métodos para alimentar os cilindros do motor com combustível que, misturado ao ar, queima para mover os pistões e, por consequência, o carro. Isso, é claro, de forma muito resumida.
O carburador é a tecnologia mais tradicional para realizar esse processo. Basicamente, ele controla a alimentação de ar e combustível de forma mecânica: conforme o condutor acelera, o carburador libera mais ou menos mistura para o cilindro.
O salto tecnológico da injeção eletrônica
A partir dos anos 1970, as pressões sociais e governamentais, assim como as Crises do Petróleo, estimularam a indústria automobilística a buscar soluções para reduzir o nível de emissões de gases e economizar combustível. Novos tipos de carburadores já haviam sido introduzidos no mercado, mas a alimentação mecânica não tinha mais como evoluir. Entra em cena a injeção eletrônica.
A diferença, na teoria, é simples: um conjunto de sensores ligado ao motor dosa quanto da mistura ar-combustível deve ser injetada no cilindro durante o funcionamento. Assim, é possível controlar o consumo conforme a necessidade. Os sensores também verificam fatores como a pressão do ar, gerando reações químicas menos poluentes e diminuindo a quantidade de gases nocivos saindo pelo escapamento.
Além de ser mais econômica, a injeção eletrônica também oferece maior desempenho aos automóveis. A contrapartida está no custo dos componentes e da manutenção deles.
Contudo, na medida em que os circuitos eletrônicos se tornaram mais acessíveis, a partir dos anos 1980, a injeção eletrônica pode equipar até os carros mais populares. Atualmente, a presença de automóveis com carburador no mercado é ínfima.
Uma alternativa ainda mais eficiente
Entre os anos 1990 e 2000, a injeção eletrônica direta — comumente chamada apenas de “injeção direta” — surgiu como uma alternativa ainda mais eficiente para economizar combustível e reduzir a emissão de poluentes.
Em vez de misturar o ar e o combustível fora dos cilindros, no coletor de admissão, o líquido é jogado diretamente na câmara, em uma pressão muito mais alta. Desse modo, é possível controlar o consumo com precisão quase cirúrgica, e a combustão tende a ser mais eficiente. A injeção direta, de modo geral, é associada ao uso de turbocompressor e à tendência downsizing — motores menores e mais econômicos, mas com a mesma capacidade dos grandes motores antigos.
É nesse contexto que a indústria automobilística é capaz de oferecer, atualmente, motores 1.0 com a potência dos 2.0 de 20 anos atrás; ou motores de quatro cilindros com a mesma capacidade dos seis ou oito cilindros de antigamente, por exemplo.
Porém, é interessante observar que alguns motores com injeção eletrônica indireta conseguem ser tão eficientes quanto aqueles que funcionam de forma direta. As duas tecnologias coexistem no mercado, atualmente, especialmente entre os carros mais acessíveis.
Por fim, além das tecnologias de injeção eletrônica direta ou indireta, os motores a combustão têm ganhado ainda mais eficiência com os sistemas híbridos-leves: eles geram energia para fazer os outros componentes do carro (como faróis e assistências eletrônicas de direção) funcionarem sem a ajuda do motor. Desse modo, o motor pode até ser desligado em situações como descidas ou velocidades de cruzeiro – gerando assim maior economia.
Fonte: Kelley Blue Book, Chiptronic.