Buenos Aires (Argentina) foi uma das cidades a entrarem na onda das ciclovias-corona e ampliarem a estrutura para bikes durante a pandemia; e essas medidas não foram temporárias. A capital pretende alavancar de vez a mobilidade ativa e aumentar a qualidade de vida da população.
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Antes do coronavírus, os argentinos já haviam decidido implementar a maior parte da rede cicloviária em vias locais e coletoras, mas as restrições de acesso ao transporte coletivo fizeram com que em Buenos Aires se buscasse mais espaço para os deslocamentos de bicicleta realizados pelos trabalhadores essenciais.
O plano de mobilidade ativa de Buenos Aires
Em deslocamentos médios de menos de cinco quilômetros, as bicicletas se tornam um modelo óbvio e muito mais sustentável de transporte. Em agosto de 2020, a cidade anunciou um plano para adicionar 60 quilômetros de ciclovias em mais de 12 avenidas importantes.
Para isso, é necessário um processo de readaptação das ruas para que os ciclistas possam se locomover com segurança. Ao permitir o trânsito com bicicletas nas vias arteriais da cidade, a capital argentina precisou trabalhar com a redução dos limites de velocidade em áreas estratégicas e ampliar os mecanismos de proteção para quem utilizar essas rotas.
Distanciamento social e bem-estar
Ainda pensando em todos os aspectos sanitários que envolvem uma pandemia, a capital argentina desenvolveu novas ciclovias com três metros de largura, permitindo que todos os ciclistas possam circular com eficiência mantendo o distanciamento físico.
A proposta tem faixas unidirecionais que se conectam aos eixos que eram utilizados pelo transporte coletivo da cidade, como os ônibus de trânsito rápido (BRT) e o metrô. No planejamento desse sistema, a prefeitura da capital argentina contou com o aconselhamento técnico da WRI Brasil, instituto de pesquisa que promove a proteção do meio ambiente.
O apoio faz parte da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito, que recentemente firmou contrato de seis anos com os argentinos, a fim de reduzir os conflitos entre ciclistas e motoristas.
A mobilidade sustentável na luta contra a covid-19
De acordo com um estudo produzido na Faculdade de Saúde Pública T. H. Chan de Harvard em 2020, a poluição do ar em grandes áreas populacionais está diretamente ligada ao aumento na taxa de mortalidade por infecções respiratórias. A análise liderada pela pesquisadora Francesca Dominici mostra que a queima de combustíveis fósseis e a industrialização intensa causam grandes níveis de poluição atmosférica nas metrópoles, o que pode levar à redução da capacidade pulmonar e a danos nos órgãos de quem constantemente inala partículas de sujeira.
A pesquisa destaca que, entre os pacientes de exposição de longo prazo a essas partículas, a poluição esteve associada a 15% das mortes em decorrência de infecção pelo vírus Sars-CoV-2 no mundo e a 19% na Europa.
Fonte: CicloVivo, WRI Brasil, Prefeitura de Buenos Aires, ArchDaily
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