Todos os verões, muitas cidades brasileiras sofrem com enchentes em decorrência das fortes chuvas do período. A mobilidade urbana é a primeira coisa a ser atingida pelos alagamentos, mas os problemas vão além: ferimentos, fatalidades, danos a residências e empresas são devastadores.
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Dada a realidade das mudanças climáticas, esses desastres aumentarão, a menos que medidas proativas sejam tomadas para mitigar o problema.
A compreensão do ciclo da água é uma oportunidade para gerar uma relação positiva entre processos naturais, plantas e pessoas. As enchentes podem ser entendidas como um elemento regenerador para melhorar a vida nas áreas urbanas e deixar de ser um problema para a mobilidade.
Estratégias inovadoras consideram a inundação como um processo natural com o qual trabalhar em vez de resistir. Soluções não estruturais e baseadas na natureza para adaptação às enchentes estão substituindo as tecnologias centralizadas e projetadas.
Existem muitas medidas preventivas em prática no mundo todo e que podem ser tomadas para garantir a segurança e a mobilidade nas cidades, mesmo durante chuvas torrenciais. A mudança já é visível na experimentação urbana em cidades da China, Holanda, Alemanha e dos Estados Unidos.
Cidades-esponja
O conceito se tornou muito popular na China, um país que viu a taxa de inundações urbanas mais que dobrar nos últimos anos. Wuhan foi a primeira das 16 cidades a implantarem o modelo. Conhecida como “a cidade dos cem lagos”, a região pavimentou os espelhos d’água e passou a sofrer constantemente com enchentes.
Grandes projetos de infraestrutura podem transformar cidades
A cidade-esponja age como um sistema permeável que permite que a água seja filtrada pelo solo e alcance os aquíferos urbanos, facilitando a extração através de poços urbanos. Em vez de canalizar a água da chuva para longe, uma cidade-esponja a mantém para uso próprio dentro de seus próprios limites. As aplicações incluem irrigação de jardins e fazendas urbanas, substituição ou reposição da água usada para lavar os banheiros.
Telhados verdes
Os telhados cobertos de vegetação, também conhecidos como telhados verdes, absorvem a água da chuva e ajudam a mitigar as inundações. Populares em toda a Europa, esses recursos foram aplicados em larga escala na cidade holandesa de Roterdã e estão presentes nos Estados Unidos e na Austrália.
Como os problemas de mobilidade afetam o trabalhador brasileiro?
Durante fortes chuvas, os telhados verdes fornecem uma solução valiosa para armazenamento temporário de água, já que absorvem a precipitação, reduzindo a velocidade do escoamento da água e atrasando o pico na descarga. Como resultado, a pressão no sistema de esgoto é reduzida em épocas chuvosas.
Pavimentos permeáveis
A cidade de Chicago, nos Estados Unidos, investiu significativamente na reinvenção do gerenciamento de águas pluviais na última década, incluindo a construção de mais de 100 “ruas verdes”, com pavimento permeável que permite que a água seja filtrada e drenada para o solo.
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Na rua sustentável, a água da chuva viaja pela calçada até rochas porosas, nas quais é descontaminada por micróbios. Em seguida, ela passa a alimentar as plantas vizinhas ou filtra a areia no fundo do solo para ir ao lago Michigan. Dessa forma, 80% da precipitação são desviados do sistema de esgoto, e as estradas não inundam mais.
Restauração das planícies
As planícies dos rios são os locais em que a água se acumula. Com a expansão urbana, muitos desses espaços se tornaram avenidas de vale e perderam a função de proteção, tornando-se pontos de alagamento e afetando a mobilidade urbana.
Uma maneira bem ecológica de diminuir o problema é plantar vegetações nas margens dos rios que passam pelas cidades, pois, diferentemente do asfalto, o solo consegue absorver grande parte da água da chuva, impedindo o transbordamento.
Como alternativa em um local já urbanizado, o fluxo do rio pode ser desviado para um espaço designado ao longo do rio, evitando alagamentos. Uma cooperação entre as autoridades holandesas e alemãs, por exemplo, implementou 12 projetos ao longo do rio Reno, entre Karlsruhe (Alemanha) e Roterdã (Holanda).
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