Ícone do site Summit Mobilidade

Como nasceu o Dia Mundial sem Carro?

O Dia Mundial sem Carro, celebrado em 22 de setembro, é uma data de mobilização: a proposta é que as pessoas deixem os veículos particulares em casa, pelo menos nesse dia, e experimentem se deslocar por outros modais.

A ideia do movimento é valorizar alternativas de transporte que podem ser adotadas todos os dias do ano, sendo mais benéficas para o espaço urbano e as pessoas que vivem nele.

Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade urbana do Brasil

O movimento começou nos anos 1990, a partir de reflexões sobre o uso excessivo dos automóveis particulares nas grandes cidades e seus reflexos nocivos, como a poluição e os congestionamentos. 

O primeiro Dia Mundial sem Carro aconteceu em 1997, por iniciativa de um grupo de ativistas franceses. Em 2000, o movimento já havia-se espalhado por mais 740 cidades europeias e começou a ganhar o mundo.

O Dia Mundial sem Carro começou na França, em 1997, e se espalhou durante os anos 2000. (Fonte: Unsplash)

O Dia Mundial sem Carro no Brasil

No Brasil, o movimento registrou suas primeiras atividades em 2001, com a adesão de entusiastas da mobilidade urbana de 11 cidades. Ao longo dos anos 2000, o Dia Mundial sem Carro chegou a grandes metrópoles, como São Paulo, e começou a chamar mais atenção das autoridades públicas, das empresas e da imprensa. 

Na virada da década, a data passou a ser institucionalizada, com atividades oficiais organizadas por prefeituras e secretarias municipais. Na capital paulista, por exemplo, a Prefeitura passou a organizar a Semana da Mobilidade, com atividades culturais, de conscientização e oferecimento de serviços a pedestres e ciclistas durante todos os dias próximos ao 22 de setembro. 

O uso de bicicleta vai aumentar no pós-pandemia?

Autoridades de vários outros municípios aderiram ao movimento. Todos os anos, várias cidades fecham ruas para a circulação de carros, com a organização de passeios ciclísticos e ações educativas diversas. 

Em algumas regiões, a data recebe pouco apoio, e as ações ainda são centralizadas em grupos militantes, principalmente do cicloativismo. Porém, levando em conta que a proposta do Dia Mundial sem Carro depende da adesão de cada cidadão que se propõe a usar outros modais de transporte por, pelo menos, um dia, moradores de qualquer cidade do País podem se engajar. 

Uma das principais alternativas para o Dia Mundial sem Carro é o transporte público. (Fonte: Unsplash)

Uma alternativa para todos os dias do ano

No último Dia Mundial sem Carro, comemorado em um domingo de 2019, o Estadão publicou uma matéria com diferentes pontos de vista sobre a data. Para muitos, a ideia de deixar o automóvel particular em casa é inconcebível; para outros, é encarada com ironia: “Espero que a maioria não use carro, pelo menos assim não pego trânsito” foi uma das respostas recebidas pela reportagem. 

Outras pessoas entendem que deixar o carro em casa apenas no Dia Mundial sem Carro não muda a raiz do problema — afinal, é necessário repensar a mobilidade urbana e o uso excessivo dos automóveis particulares todos os dias do ano. Nesse sentido, o jornal também fez uma série de reportagens na Semana da Mobilidade, mostrando a história de pessoas que abandonaram o automóvel na maior metrópole do país. 

Entre os quatro relatos publicados, há uma mulher que pedala até 40 quilômetros por dia para chegar ao trabalho e demora menos tempo do que levaria de carro. Há também um homem que trocou o carro pelo metrô para evitar o estresse de duas horas no trânsito. 

Bogotá amplia ciclovias para conter expansão do coronavírus

Por outro lado, os entrevistados também listam alguns problemas, como a lotação do transporte público e a falta de segurança nas ciclovias da cidade, bem como a maior facilidade que as pessoas de bairros nobres têm para fazer essa escolha de abandonar o automóvel. 

Isso tudo reitera o caráter de reflexão do Dia Mundial sem Carro: a data é um convite para pensar maneiras de melhorar outras formas de mobilidade e como construir cidades que não favoreçam os automóveis particulares

Fonte: eCycle, Vá de Bike, Estadão.

Já conhece o Estadão Summit Mobilidade Urbana? Saiba o que rolou na última edição do evento.

Sair da versão mobile