Ícone do site Summit Mobilidade

Como Toronto virou referência em caminhabilidade?

Ainda em construção, a Linha 9 do metrô de Barcelona terá 47 quilômetros de extensão e 52 estações

Considerada uma das cidades mais multiculturais do mundo, com 5,5 milhões de habitantes, Toronto (Canadá) encontrou uma maneira de transformar o espaço urbano em um impulsionador da vitalidade econômica e social da cidade.

O município definiu um caminho para uma mudança radical de um modelo rodoviarista para um desenho urbano que promove a caminhabilidade.

Conheça o mais importante evento de mobilidade do Brasil

Como muitas do mundo, a metrópole canadense priorizou durante anos os automóveis particulares em seu planejamento em detrimento do ciclismo e de deslocamentos a pé. Como consequência, a maior cidade do país registrou 93 mortes de pedestres e ciclistas entre 2016 e 2017; para tentar reduzir esse número, as autoridades locais colocaram em curso a Toronto Walking Strategy, um plano para apoiar e incentivar caminhadas.

Sinalização de trânsito efetiva oferece segurança e fluidez ao trânsito

A estratégia reforça que “todos são pedestres”. Ainda que as pessoas utilizem outros modais, como transporte coletivo, carros ou bicicletas, os trechos começam a pé — o espaço urbano, dessa forma, precisa ser acessível para todos. E os pedestres são a prioridade de segurança dos projetos das ruas, uma vez que são os mais vulneráveis e têm as maiores taxas de morte entre os usuários das vias públicas.

Como o Autonomous Ready evitou quase 700 acidentes em Barcelona

O plano fez com que a cidade recebesse reconhecimento internacional pelas iniciativas promovidas em favor da caminhabilidade. O município foi além e criou o Toronto Urban Design Awards, uma premiação para reconhecer medidas e projetos de arquitetos, urbanistas, artistas e estudantes para a habitabilidade local.

Desenho urbano voltado para o pedestre

(Fonte: ValeStock / Shutterstock)

Para incentivar as caminhadas, o desenho urbano de Toronto tem como prioridade o desenvolvimento de uma rede de calçadas com espaços exclusivos para pedestres, separados de veículos motores e bicicletas. As diretrizes de mobilidade urbana da cidade incluem rotas a pé com caminhos contínuos, claros, diretos e sem obstruções.

Acessibilidade e segurança para todos

Além de as calçadas terem largura adequada para atender a todos os tipos de pessoas, incluindo cadeirantes e idosos, locais próximos a escolas e áreas com muita circulação tiveram redução da velocidade máxima permitida para os veículos. Zonas seguras para idosos foram criadas e sinalizadas próximo a serviços específicos para essa faixa etária, no intuito de alertar motoristas e proporcionar maior segurança.

Continuidade das rotas a pé

Em Toronto, a faixa de pedestres não é sinalizada com listras brancas pintadas no asfalto, que podem ser até escorregadias quando chove; a travessia é feita com o mesmo material e altura das calçadas, dando mais conforto para os usuários, com uma sinalização clara de continuidade do caminho, indicando que aquele espaço é destinado também a pessoas, e não somente a veículos.

Interação entre as pessoas e o espaço urbano

As calçadas são espaços públicos que incentivam a interação de pessoas com ambientes agradáveis repletos de cadeiras, cafés, artes, iluminação e até pontos para comunicação pública e comunitária.

3 cidades brasileiras adotaram o transporte sob demanda

Na cidade canadense, os caminhos são destinados a “mensagens públicas”, que podem ser utilizadas por qualquer um. Placas também explicam sobre mudanças estruturais que estejam em discussão ou em curso no espaço urbano e dão informações históricas sobre vários pontos do município.

Caminhos verdes

A qualidade do ambiente contribui para a saúde mental e psicológica da população e incentiva a permanência em espaços coletivos e deslocamentos a pé. A infraestrutura para pedestres inclui árvores e jardins de chuva, para gerenciar a água dos rios.

Manutenção fácil

A estratégia para a caminhabilidade de Toronto estabelece que todos esses elementos devem ser pensados com materiais e designs duráveis e fáceis de manter. Serviços como armazenamento de neve, coleta de lixo e reciclagem, reparos e manutenções são projetados para terem o mínimo de impacto nos pedestres.

Alternativa para o inverno

(Fonte: Shutterstock)

No inverno, as temperaturas na cidade podem chegar a -20 °C, impossibilitando a circulação de pedestres pelas calçadas. Como alternativa, foi criada uma rede subterrânea de acesso a pé ao centro financeiro, onde se concentram os empregos e as pessoas. Os caminhos em galerias têm lojas, bancos, restaurantes e outros serviços.

Fonte: Mobilize, Prefeitura de Toronto, Daily Hive, Harvard, Contiki.

Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.

Sair da versão mobile