A Coreia do Sul anunciou uma proposta para zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa (GEE) até 2050. Os sul-coreanos devem se unir a um grupo de 20 países que já adotam essa estratégia como fundamental para limitar os impactos negativos do aquecimento global.
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O Acordo de Paris estabeleceu metas para cada país diminuir o lançamento de GEE na atmosfera. No entanto, pesquisas científicas mais recentes apontam a necessidade de atitudes mais efetivas para evitar os efeitos das mudanças climáticas.
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Além de reduzir o lançamento dos gases poluentes, zerar a emissão líquida de GEE significa a adotar medidas compensatórias para sequestrar o carbono da atmosfera — como a restauração de florestas e as tecnologias de captura e de armazenamento direto do ar.
Plano para zerar emissões líquidas
A Coreia do Sul baseia seu plano para zerar as emissões líquidas de GEE na atmosfera em duas ações principais, com um impacto direto nos compromissos assumidos com a assinatura do Acordo de Paris e em sua matriz energética. A primeira ação é elevar o compromisso da contribuição do país com a redução de suas emissões de GEE.
Ao assinar o acordo internacional, o governo sul-coreano prometeu reduzir as emissões, até 2030, em 37% em comparação ao nível de 2005. Isso permitiria ao lançamento de GEE na atmosfera ser 81% maior do que o nível de 1990. A contribuição foi avaliada como insuficiente e, inclusive, está abaixo do que foi prometido pelos sul-coreanos em 2009 no Acordo de Copenhague.
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Ainda assim, a Coreia do Sul não está adotando medidas suficientes para alcançar o compromisso firmado. Para chegar ao seu objetivo de emissão líquida zero, em 2050, o país deve aprovar novas políticas climáticas em energia, transporte, uso da terra e indústria.
Redução de dependência do carvão
A outra grande ação que os sul-coreanos deverão tomar é reduzir a sua dependência do carvão, tanto na produção energética doméstica quanto nos créditos à exportação. Esse país é o terceiro maior fornecedor de recursos do mundo para a geração de energia a partir do combustível fóssil.
Instituições públicas coreanas investiram US$ 5,7 bilhões em usinas em países como Vietnã, Indonésia e Chile, de 2013 a agosto de 2019. Além do desastre climático, esse número pode resultar em perdas de vidas humanas. As usinas financiadas com recursos coreanos podem causar até 151 mil mortes prematuras, segundo um estudo recente.
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Para reduzir a poluição do ar, a Coreia do Sul fechou em março, provisoriamente, 28 usinas elétricas a carvão. O número representa quase metade das 60 usinas que são responsáveis por produzir 40% da energia elétrica do país. As usinas que continuaram ativas tiveram as suas operações limitadas a 80% da capacidade.
Liderança mundial
Os esforços sul-coreanos para reduzir o uso do carvão na produção de energia podem ter impactos na China e no Japão. Esses países são os maiores financiadores de combustível fóssil no mundo e devem seguir o exemplo do vizinho asiático.
A Coreia do Sul passou a investir no Fundo Verde para o Clima — com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento a reduzir emissões de GEE — e no Instituto Global de Crescimento Verde, que promove o desenvolvimento econômico socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável.
Esse país deve sediar a cúpula Parcerias para o Crescimento Verde e as Metas Globais 2030 (P4G), que foi adiada para 2021. Esse encontro pode ser um importante impulso para a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26).
Fonte: WRI Brasil, Greenpeace, Endcoal, Ecobusiness, Eciu.
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