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Milão cria projeto para reduzir uso de carro no pós-quarentena

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Com o retorno gradual da circulação de pessoas pelas ruas de Milão, capital da Lombardia, no norte da Itália, a cidade tem repensado as suas estratégias de mobilidade.

Depois de dois meses sob uma rígida quarentena, os moradores seguem inseguros com relação a possíveis aglomerações no transporte coletivo, o que pode levar à adesão crescente ao transporte individual, gerando sobrecarregas no trânsito do município.

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Foi pensando nisso que autoridades divulgaram um plano para fomentar o uso de bicicletas e os passeios a pé por meio de reestruturações nas vias: Strade Aperte (Rua Aberta, em português). Segundo o jornal britânico The Guardian, a proposta inclui ciclovias temporárias de baixo custo, pavimentos novos e ampliados, limite de velocidade de 30 quilômetros por hora e ruas prioritárias para pedestres e ciclistas.

Milão tem repensado sua estrutura de transporte para ampliar o acesso a ciclistas e pedestres. (Fonte: Shutterstock)

Antes do início de junho, espera-se que 35 quilômetros de ruas regulares sejam transformados em espaços para a circulação de ciclistas e pedestres, fortalecendo práticas de mobilidade ativa. O medo do retrocesso é compreensível.

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Com o início da quarentena, os congestionamentos caíram de 30% a 75%; com isso, a poluição do ar também teve quedas consideráveis, fazendo o governo repensar a estrutura de mobilidade urbana. “Se todo mundo dirige um carro, não há espaço para as pessoas, não há espaço para se movimentar, não há espaço para atividades comerciais fora das lojas”, disse o vice-prefeito de Milão, Marco Granelli, em entrevista ao The Guardian.

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A experiência italiana mostra que a mobilidade urbana tem sido repensada a partir das transformações que a quarentena outorgou aos cenários das cidades. Granelli salientou, por exemplo, que quer retomar a economia da região, mas de forma diferente, com um novo olhar sobre o ir e vir. “Temos que nos redesenhar; é por isso que é tão importante defender uma parte da economia, apoiar bares, artesãos e restaurantes. Quando acabar, as cidades que ainda têm esse tipo de economia terão uma vantagem, e Milão quer estar nessa categoria”, explicou.

Adiantando tendências

À frente de outras regiões na trajetória da pandemia, Milão pode ter muito a ensinar sobre como reestruturar cidades ao fim da crise do novo coronavírus. (Fonte: cristiano barni / Shutterstock.)

Milão foi uma das primeiras cidades a sofrerem com o novo coronavírus e está cerca de um mês à frente de outras regiões na trajetória da pandemia. Por isso, conforme explica a ex-secretária de transportes de Nova York, Janette Sadik-Khan, os passos da capital da Lombardia podem ajudar a definir o que poderá ser feito em outros lugares.

O que é lockdown e como ele impacta a mobilidade?

“Há uma oportunidade única de conferir um novo olhar sobre as ruas e garantir que elas estejam prontas para alcançar os resultados que desejamos: não apenas movendo carros de um ponto A a um ponto B, mas possibilitando que todos ali se movimentem com segurança”, disse a especialista, que também tem atuado em programas de recuperação do transporte público em Bogotá (Colômbia).

Entenda o fim da quarentena em Milão

A cidade italiana deu início a um processo gradual de desconfinamento no início de maio. Na chamada fase dois da quarentena, trabalhadores de setores específicos puderam voltar a seus expedientes e foi dada a permissão para que as pessoas pudessem visitar amigos e familiares e caminhar pelas ruas.

O que muda no cenário das cidades após a pandemia?

Toda a população seguiu usando máscaras e mantendo o distanciamento social indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em vídeo publicado em 5 de maio e que viralizou nas redes sociais, moradores comemoram o fim da quarentena, embora ainda protegidos. A região da Lombardia foi uma das mais impactadas pelo coronavírus na Itália, com milhares de mortes registradas.

Fonte: ANTP, The Guardian

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