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Como funciona a bicicleta elétrica com recarga sem fio?

Além dos benefícios inerentes à ciclomobilidade, as bikes elétricas agregam vantagens interessantes para os deslocamentos nas grandes cidades: aumentam a velocidade e ajudam em aclives. Porém, precisam ser carregadas em tomadas, com os cabos que geralmente acompanham o veículo. O processo não é muito prático e leva até quatro horas, o que pode ser um problema para quem precisa da bicicleta para trabalhar, por exemplo.

Foi pensando em tornar o carregamento das bikes elétricas mais prático e rápido que a alemã Intis criou um sistema de recarga sem fio que transmite a energia por indução, mais ou menos como em alguns modelos mais recentes de smartphone. No lugar de uma carcaça em vidro para conduzir a energia, a bicicleta elétrica da Intis utiliza uma placa de metal instalada na dianteira.

Bicicleta elétrica com recarga sem fio tem placa de metal que também serve para prendê-la à estação. (Fonte: Intis/Divulgação)

Tecnologia já está em teste nas ruas

O sistema foi mostrado na IAA Mobility 2021, feira de mobilidade que aconteceu em Munique em setembro. Por enquanto, a placa de metal usada para o carregamento por indução é grande, mas já existem protótipos de versões menores. A ideia é que essa placa seja usada também para prender a bike às estações, isso porque a principal aplicação do sistema seria em sistemas de aluguel de bicicletas elétricas e frotas.

Desse modo, o uso seria extremamente simples: o cliente deixaria a bike na estação e já a colocaria para carregar, com um só movimento. De acordo com a Intis, esse processo consegue aproveitar até 85% da energia em relação à opção tradicional por cabos, já que possíveis desperdícios de eletricidade são os maiores questionamentos quando o assunto é carregamento por indução. A primeira versão das bicicletas elétricas com recarga sem fio já está sendo usada pela polícia de Groningen, nos Países Baixos.

Projeto de bicicleta elétrica com carregamento sem fio foi mostrado na feira IAA Mobility 2021, em setembro (Imagem: Intis/Divulgação)

Benefícios vão além da praticidade

Naturalmente, a maior vantagem do sistema para os usuários é a praticidade de não precisar conectar cabos e sempre ter uma bicicleta elétrica carregada nas estações. Mas os benefícios do novo sistema não se limitam à conveniência, segundo a Intis, já que, como o carregamento será mais frequente, as baterias poderão ser menores. Além disso, será mais fácil manter o padrão de carregamento de 20% a 80%, mais saudável para a vida útil das peças. Em última instância, isso pode gerar economia de baterias e benefícios ambientais.

Para as empresas, os custos operacionais podem diminuir, especialmente para aquelas que precisam recolher todos os veículos para recarregá-los no fim do dia. Outro sistema de carregamento por indução da Intis, este para patinetes, já está sendo usado pela empresa Metz Mecatech, na Alemanha. Os patinetes são colocados sobre uma plataforma que também faz a recarga sem fio das baterias por indução.

Empresa alemã já criou sistemas de carregamento sem fio para patinetes elétricos (Imagem: Intis/Divulgação)

A partir dessas inovações, a Intis pretende criar sistemas de recarga sem fio para outras aplicações. Na IAA Mobility 2021, a companhia exibiu um táxi elétrico que utiliza “blocos” de energia no piso para recarregar as baterias. Também há planos para montar uma faixa de recarga sem fio nas ruas para os táxis elétricos de Colônia já em 2022. Esse mesmo sistema poderá ser utilizado por indústrias para carregar empilhadeiras e outras máquinas. 

Com isso, é possível observar que a recarga sem fio para veículos elétricos (não apenas bicicletas) abre um mundo de possibilidades para o futuro próximo. Gerando mais praticidade, é provável que essas opções se popularizem cada vez mais. 

Fonte: Mobilize, Bike Magazine, Cycling Industry News.

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